Em termos de rendimento, em cinco dias, a embarcação não faz, sequer, dois mil meticais.
Os trabalhadores da Transmarítima afectos às duas embarcações que fazem a rota Matola-Rio - Cidade de Maputo estão sem salários desde Abril findo. A última vez que viram a cor do dinheiro foi a 25 de Março, e de lá para cá a Transmarítima justifica-se com o argumento de falta de dinheiro para pagar os ordenados.
Trata-se de comandantes de embarcação, hospedeiras, marinheiros, técnicos de informática e outros, num número não determinado, que estão afectados por esta situação. Mas, ao que tudo indica, um dos factores é a falta de rendimento daqueles meios de transporte.
É que, desde que entraram em circulação, em Janeiro último, a média de passageiros tem sido muito reduzida. A maior embarcação - designada Mulaúzi – com capacidade para 70 passageiros, leva por dia uma média de 10 passageiros. Apenas aos fins-de-semana o número sobe para 30 a 40 passageiros.
Esta realidade acaba contrastando com os gastos que as duas embarcações têm. O Mulaúzi, por exemplo, consome cerca de 3 mil litros de combustível a cada cinco dias (o que corresponde a cerca de 86 mil meticais), mas em termos de rendimento, em cinco dias não faz, sequer, dois mil meticais.
Uma das explicações para a fraca adesão de utentes é o custo das tarifas praticadas. Para a ligação cidade de Maputo - Matola-rio, cobra-se 30 meticais, valor que para a grande maioria é proibitivo.
Aquando da inauguração das duas embarcações para a rota em referência, em Janeiro último, o Ministério dos Transportes e Comunicações pretendia fazer face ao problema de transporte que se verifica em Maputo e Matola, sobretudo nos períodos de grande movimento, mas a realidade provou que estes meios de transporte não estão a cumprir com os objectivos para os quais foram adquiridos.
Fonte: O País Online - 19.05.2010
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