Nos últimos anos, Manuel de Araújo, quadro do MDM e presidente do Conselho Municipal de Quelimane, na Zambézia, tem insistido, na imprensa, que gostaria de ver um MDM mais democrático do que é hoje. Nas vésperas do início da presente legislatura chegou a questionar, publicamente, a indicação do actual chefe da bancada parlamentar daquela formação política, na Assembleia da República, porquanto Lutero Simango, irmão mais velho de Daviz Simango, não saiu do círculo eleitoral que mais deputados colocou no parlamento, que é a Zambézia.
Confrontado com a questão, Amurane disse que não concorda. Para o edil de Nampula, no MDM há democracia e espaço para todos. Respeita essa colocação de Manuel de Araújo, mas diz que são águas passadas.
A exclusão, nas recentes eleições internas no MDM, de Manuel de Araújo para a Comissão Política do partido, foi vista como o ponto mais alto de uma suposta rivalidade entre Daviz Simango e o jovem edil de Quelimane.
Sobre o assunto, Amurane, uma das novas entradas para a Comissão Política do MDM, escusa-se a comentar, alegadamente, porque desconhece o processo. Até porque ele próprio disse ter ficado surpreendido com a sua nomeação.
Aqui, perguntamo-lo se achava razoável que, nesta fase da sua história, o MDM se desse ao luxo de desperdiçar um membro com capital político como é Manuel de Araújo, o que prontamente, desdramatizou.
“O que tem de melhor Manuel de Araújo em relação aos outros membros do MDM”, questionou, considerando o edil de Quelimane como um membro normal como outros no partido.
Numa altura em que o MDM em Nampula acaba de registar uma nova deserção de membros que formaram o Movimento Alternativo de Moçambique (MAMO), depois de uma outra vaga de deserções nas vésperas das eleições gerais de 2014, todos eles a alegarem, essencialmente, nepotismo e tribalismo no partido liderado pelo engenheiro Daviz Simango, o edil de Nampula fala de oportunistas. Sobre os desertores que, em 2014, queixavam-se da “importação”, da Beira, de amigos e familiares do presidente do partido para lugares cimeiros nas candidaturas do MDM a deputados, Amurane diz que tribalistas são aqueles que achavam que, com a vitória do MDM em Nampula, tinha chegado a sua vez. Diz que não houve colocação massiva de quadros do MDM de fora de Nampula.
Sobre os recentes dissidentes que formaram o MAMO, diz que são indivíduos de conduta duvidosa que, quando se apercebeu do seu oportunismo no município, tratou de expulsá-los. Diz que o MDM de hoje não é o mesmo de há dois anos e meio, quando aderiu e, no actual partido, vê um crescimento enorme e um futuro risonho.
Fonte: Savana – 14.10.2016
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