De acordo com a edição de Outubro de 2016 do relatório sobre as Perspectivas Económicas Regionais para a África Subsaariana, hoje divulgado em Washington pelo FMI, Moçambique verá a sua dívida pública subir para 112,6% este ano e abrandar para 103,2% em 2017.
Em causa está a divulgação de 1,4 mil milhões de dólares em empréstimos com o aval do Estado mas que não foram divulgados nem ao FMI nem ao Parlamento, não entrando, assim, nas contas públicas.
O relatório hoje divulgado reduz também a previsão de crescimento da economia de Moçambique face ao relatório de Abril, no qual os economistas do FMI antecipavam um crescimento de 6% este ano e uma aceleração para 6,8% em 2017.
Ainda assim, Moçambique é o país africano lusófono com o segundo maior crescimento este ano, apenas ultrapassado pela Guiné-Bissau, que deverá ver a economia expandir-se 4,8% do PIB este ano.
Na sequência da revelação das dívidas escondidas a três empresas públicas, os principais doadores de Moçambique cortaram os seus financiamentos ao país, que tem agora também o desafio de restaurar a confiança da comunidade internacional e melhorar a transparência das suas finanças públicas, observa o relatório.
O Governo moçambicano reconheceu no final de Abril a existência de dívidas fora das contas públicas de 1,4 mil milhões de dólares, justificando com razões de segurança e infraestruturas estratégicas para o país.
A revelação de dívidas com aval do Governo levou o FMI a suspender um empréstimo a Moçambique.
O grupo de 14 doadores do Orçamento do Estado também suspendeu os seus pagamentos, uma medida acompanhada pelos EUA, que anunciaram a revisão do seu apoio bilateral.
O grupo de 14 doadores do Orçamento do Estado também suspendeu os seus pagamentos, uma medida acompanhada pelos EUA, que anunciaram a revisão do seu apoio bilateral.
Fonte: SAPO – 25.10.2016
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