A Polícia disse hoje ter resgatado um líder tradicional (régulo) de Ruela, na zona fronteiriça com o Zimbabué, raptado por homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
Elias Tsogoro, régulo de Ruela, um povoado do interior do distrito de Manica, na província com o mesmo nome, foi resgatado com vários ferimentos numa base do braço armado da oposição Renamo, quatro dias depois de ser raptado na sua residência, informou à Lusa Elsídia Filipe, porta-voz da Polícia de Manica.
"O régulo de Ruela foi raptado às 11 horas do dia 26 de Outubro na sua residência e foi resgatado pelas Forças de Defesa e Segurança no Sábado, dia 29", adiantou Elsídia Filipe.
A porta-voz disse que durante a operação não houve detidos, uma vez que o grupo dos homens do maior partido da oposição abandonou a base quando se apercebeu da presença das Forças de Defesa e Segurança.
O resgate ocorreu numa zona próxima da região onde já foram registados casos de ataques a viaturas civis e militares, inclusive de uma brigada do Instituto Nacional de Estatística (INE) em Setembro.
Este mês a polícia já tinha libertado um dirigente estatal de um povoado no interior de Mossurize, raptado por homens armados da Renamo, segundo a versão policial.
Em Junho, na região de Dacata (Mossurize), um régulo local foi igualmente raptado, morto a tiro e por fim decapitado, num crime que a polícia também atribuiu aos homens armados da Renamo.
A região centro do país tem sido palco de confrontos entre o braço armado do principal partido de oposição e as Forças de Defesa e Segurança, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos da Renamo e da Frelimo, que se agravaram nos últimos dias.
As autoridades governamentais acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques em localidades do centro e Norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos.
A Renamo, por sua vez, acusa as Forças de Defesa e Segurança de investidas militares contra posições do partido.
O maior partido de oposição exige governar em seis províncias onde reivindica vitória eleitoral nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de ter cometido fraude no escrutínio.
Apesar dos casos de violência, o Governo e a Renamo mantêm o diálogo em Maputo, na presença de mediadores internacionais.
Fonte: SAPO– 31.10.2016
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