Óscar Monteiro diz haver dirigentes que tendem a escolher pessoas menos capacitadas, para não ameaçarem e ofuscar o seu poder. O antigo combatente falava, ontem, durante uma palestra sobre a vida e obra de Samora Machel.
Para o decano da Frelimo, enquanto Samora procurava estar rodeado dos melhores, alguns dirigentes actuais procuram os mais fracos. “Samoa Machel sabia rodear-se dos melhores. Eu questiono-vos: será que nós nos deixamos rodear pelos melhores ou chamamos aqueles que não nos fazem sombra?”, questionou, para depois avançar que “há pessoas que acham que não devem ter por perto quadros com mais capacidade do que eles, porque isso vai expor as suas fraquezas”.
Monteiro considera ser uma nova doença o facto de alguns dirigentes se aproveitarem da sua posição no Estado para alimentar negócios particulares. “Os bens do Estado devem ser defendidos, porque são de todos nós. Há pessoas que têm jeito para ser ricas, tudo bem, mas que façam os negócios lá fora. Entretanto, usar a sua posição no Estado para fazer negócios ao seu favor é condenável. Está a ser uma doença que não permite que o Estado se endireite e já não é uma doença escondida, está na cara de todos nós, porque o indivíduo que faz esse tipo de coisas tem necessidade de se exibir”, referiu.
Fonte: O País – 20.10.2016
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