Monteiro criticou, ainda, a ganância e apetência pelo bem comum, tendo exemplificado que Samora se distanciava dos dinheiros do Estado, porque estava comprometido com o bem-estar do povo. “No tempo de Samora, ninguém tomava os bens do Estado. Há quem uma vez, no processo de mudança de residência, levou alguns bens. Samora fez uma reunião e disse que os bens do Estado não devem ser privatizados. Os bens do Estado devem ser protegidos, porque são de todos. Nós tínhamos um pequeno fundo que usávamos, caso tivéssemos uma necessidade. O livro de cheques ficava comigo, eu preenchia e entregava ao Presidente Samora para assinar, em nenhum momento ele quis estar envolvido nas questões ligadas ao dinheiro. Nas suas intervenções dizia, se me virem rico, perguntem-me de onde vem o dinheiro. E agora, como acontece?”, questionou à plateia.
Óscar Monteiro, que fez parte do Governo de Transição, destacou ainda as qualidades humanas de Samora Machel e a sua capacidade de estabelecer consensos no seio dos “camaradas”.
Fonte: O País – 20.10.2016
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