Livro do moçcambicano Luís Bernardo Honwana
Considerado um dos melhores livros africanos, “Nós Matamos o Cão Tinhoso”, de Luís Bernardo Honwana, está em cena nos palcos portugueses.
Adaptado em dramaturgia, encenado por Nuno Pino Custódio, com interpretação de Nicolas Brites, a obra literária do escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana encontra-se em temporada nas salas portuguesas de teatro, desde o dia 20 de Maio passado e vai até ao dia 20 de Junho próximo.
Nas escritas daquele artista moçambicano, são notáveis expressões como “quando o destino nos abandona ao entrarmos no caminho dos Homens? Quantos caminhos abandonámos nos destinos que seguimos? Invocamos o coro e a estrutura das tragédias para traçar conflito que a todos nos parece. O conflito que se ergue entre aquilo a que aspiramos e aquilo que fazemos, entre o que lembramos e o que crescemos, entre o que amamos e o que tememos”.
Honwana escreve ainda na sua obra que “ao olharmos o cão tinhoso, vemos também o cão que somos, o cão do medo, o cão de guerra, o cão colonizado, o cão colonizador, o cão coragem, o cão criança adulta, o cão fatalidade. Porque todos os gostos que desenhamos no exterior já aconteceram antes disso dentro de nós. E aquilo que ao mundo nos dá, seja morte ou seja amor, só a nós oferecemos em silêncio. Mas quando o destino nos escolhe, qual é o que escolhemos”.
Este “Nós Matamos o Cão Tinhoso” foi assumido também como uma obra de reivindicação, no tempo colonial e, faz agora parte dos melhores livros africanos de sempre.
Para Luís Bernardo Honwana, que falava na RDP, a peça não foge muito do que imaginara.
Fonte: O País online - 04.06.2010
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