O empresário moçambicano Momade Bachir Sulemane chorou hoje diante das câmaras da televisão pública, garantindo que “nunca vão existir provas” que o indiciem de ser “barão de drogas” e considerando que os EUA querem destruí-lo (ver Manchete).
“Eles condenaram-me mundialmente, destruíram-me. Provas nunca vão existir, porque é um negócio que nunca fiz. Nunca me envolvi neste tipo de negócio” – o da venda de drogas -, disse Momade Bachir Sulemane à Televisão de Moçambique, momentos após uma conferência de imprensa do Departamento do Tesouro norte-americano.
O director do Gabinete de Controlo de Bens Estrangeiros do Departamento do Tesouro norte-americano (OFAC), Adam Szubin, garantiu hoje ter “evidências suficientes” do envolvimento do empresário moçambicano no narcotráfico, escusando-se, contudo, a apresentá-las publicamente.
Falando à imprensa, a partir de Washington, em videoconferência “relativa à aplicação de sanções a entidades da propriedade do barão da droga, Momade Bachir Sulemane”, o responsável disse que o empresário moçambicano “já foi mencionado por muitas pessoas de vários países” como narcotraficante.
A seguir, a televisão pública moçambicana mostrou, no telejornal, o empresário e a sua família a chorarem.
“Queriam destruir-me, mas sempre pensei em Deus. Eu sempre disse à minha família que a verdade virá ao de cima. Queriam tirar o meu filho da Escola Americana”, disse o presidente do Grupo MBS, proprietário do Maputo Shopping Centre, o maior hipermercado do país, avaliado em 34 milhões de dólares.
“Os lojistas que estão no Shopping já estavam a informar que queriam abandonar e fechar os seus estabelecimentos, inclusive os bancos estavam a dizer-me para retirar o dinheiro”, afirmou.
“Era-me mais fácil desaparecermos de uma vez, ou desabar a minha casa, porque estava a sentir a minha família, os meus filhos morrerem minuto a minuto”, lamentou Sulemane.
“Aquilo que eu passei numa semana não desejo ao meu maior inimigo”, referiu.
O responsável pelo Gabinete de Controlo de Bens Estrangeiros do Departamento do Tesouro norte-americano disse, contudo, que o empresário usa o território moçambicano como “corredor” de drogas, que “chegam à Ásia, Índia e vão para a Europa”.
Momade Bachir Sulemane “importa heroína do Sudoeste asiático, cocaína e marijuana da América Latina”, mas a finalidade dos seus produtos são “os mercados de África Austral e da Europa”, explicou Adam Szubin.
As sanções apresentadas pelas autoridades norte-americanas contra o empresário são, no entanto, de âmbito “processual civil e não criminal”, porque o órgão não tem competências para processar criminalmente cidadãos indiciados de tráfico de drogas.
“O nível de provas é bastante extensivo para que ele conste da lista” assinada por Barack Obama, mas caso o empresário queira pode recorrer da acusação, assegurou Adam Szubin.
Fonte: NOTÍCIAS LUSÓFONAS – 09.06.2010
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