As autoridades norte-americanas forneceram “todas as informações necessárias” ao governo de Moçambique para este poder agir no “caso Momade Bachir Sulemane”, empresário acusado pelos EUA de narcotráfico, assegurou hoje o executivo de Maputo.
O porta-voz do Conselho de Ministros de Moçambique, Vítor Borges, disse aos jornalistas que “as instituições relevantes terão tido todas as informações necessárias para poder agir” e que “a instituição apropriada (Procuradoria-Geral da República) está a trabalhar nisso”, no “caso Bachir”.
Na quarta-feira passada, o Departamento do Tesouro dos EUA colocou o empresário moçambicano na sua lista de “barões da droga” e ordenou o congelamento dos seus bens (que eventualmente tenha nos EUA), proibindo ainda negócios entre ele e cidadãos norte-americanos.
Reagindo, Momade Bachir Sulemane disse ser “inocente” e exigiu provas ao Departamento do Tesouro norte-americano, através d a embaixada na capital moçambicana.
Em comunicado hoje divulgado, a representação diplomática norte-americana em Maputo anunciou que Adam Szubin, director do Gabinete de Controlo de Bens Estrangeiros do Departamento do Tesouro (OFAC, sigla em inglês), fará quarta-feira um anúncio à imprensa, em vídeoconferência, “relativo à aplicação de sanções a entidades da propriedade do Barão da Droga, Momade Bachir Sulemane”.
Após a acusação, as autoridades norte-americanas e moçambicanas contradisseram-se nas informações sobre a tramitação dos documentos do suposto envolvimento do empresário no narcotráfico.
Os EUA garantiram ter comunicado oficialmente ao governo moçambicano sobre o processo, mas o ministro do Interior, José Pacheco, afirmou, de seguida, que o executivo de Maputo não foi notificado das acusações que pendem sobre Momade Bachir Sulemane.
“Não fomos notificados das acusações que pendem sobre ele. Não temos provas”, disse José Pacheco.
O Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Paulino, “designou uma equipa de quadros” da Polícia de Investigação Criminal (PIC), “sob direcção, supervisão e orientação técnica” do Ministério Público, para averiguar o caso, com base “nas informações veiculadas pela imprensa”.
Hoje, o porta-voz do Conselho de Ministros garantiu que “as instituições apropriadas do país estão a tratar deste caso”.
“Julgo que deveríamos aguardar o trabalho que está a ser feito e, em devido momento, saberemos” os resultados, disse Vítor Borges, assinalando que o assunto “não foi abordado na 19ª sessão ordinária do Conselho de Ministros”.
“Moçambique é Estado de Direito, há instituições apropriadas que se ocupam de certas matérias, vamos deixar que se ocupem delas e, no devido momento, a informação será veiculada”, concluiu o governante.
Fonte: NOTÍCIAS LUSÓFONAS – 08.06.2010
3 comentários:
Dada a vulnerabilidade das nossas instituicoes a actos de corrupcao, a gananciados seus titulares e o poder economica e influencia politica do destacado empresario, eh improvavel que as autoridades mocambicanas facam um trabalho isento.
domingos simbine
Vamos ver.
Zicomo
Eu também duvido. A ver vamos.
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