Moçambique vai procurar financiamento externo nas economias emergentes e em
instituições financeiras multilaterais como alternativa à provável redução dos
doadores europeus face à crise na zona euro. Os Países Baixos, recorde-se,
decidiram suspender a sua ajuda financeira referente ao ano de 2013.
O Governo também
já afirmou publicamente que alguns países parceiros e doadores internacionais
estão a retrair-se porque também atravessam momentos difíceis, enquanto outros
reduziram inicialmente os financiamentos, depois introduziram algumas cláusulas
quanto à utilização e desembolso desses fundos.
O ministro da
Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuerneia, falando terça-feira em Maputo,
num “briefing” com a Imprensa, afirmou que o maior contribuinte da economia
moçambicana é a União Europeia, organização cujos países membros estão
afectados pela crise na zona euro.
“A estratégia de
Moçambique para fazer frente a essa crise é incentivar a produção nacional e
procurar financiamento para a economia noutros quadrantes do mundo,
principalmente nos países de economias emergentes, e também trabalhar com
instituições multilaterais de financiamento. Importa referir que, apesar da
crise na Europa, Moçambique continua a crescer”, afirmou.
O Banco Mundial
também já manifestou interesse em conceder financiamento não-concessional à
Moçambique, através de uma das suas janelas para projectos estruturantes
orientados para exportação. O apoio do Banco Mundial poderá ser pela
mobilização de financiamento para o sector privado através da Agência
Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA, sigla inglesa) e da
International Finance Corporation (IFC).
O alumínio, um dos
principais produtos de exportação com peso considerável nas contas
moçambicanas, está também a ver o seu preço reduzido no mercado internacional.
Todavia, Aiuba
Cuereneia considera que a contribuição do alumínio na economia nacional
continua a aumentar.
“Basta referir que
o sector de manufacturas teve um crescimento no primeiro semestre de 2012 de
5.1 por cento, quando a nossa previsão para o final deste ano é de um
crescimento de 3.6 por cento. Isso significa que, apesar do decréscimo de
preços do alumínio no mercado internacional, a nossa produção continua a ser
constante e está sendo aumentada. Nesta área, para além do alumínio há também
os sectores de bebida e produção alimentar que contribuíram para o crescimento
de 5.1 por cento nesse sector”, disse.
O governante falou
também sobre a visão do Executivo em relação ao açúcar.
“Até agora, a
Europa não disse que não vai consumir o nosso açúcar, mas temos de estar
preparados para que, no dia em que a Europa não conseguir absorver todo o nosso
açúcar, tenhamos outros mercados onde colocá-lo”, afirmou.
Fonte: Rádio Moçambique – 08.08.2012
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