Comentário (Reflectindo): Quando o desvio de fundos do Estado e até roubar dos colegas se tornou algo
eis que:
2. O governador de Sofala diz: “fica claro que a questão das horas extras é
complexa até no país, porque, às vezes, pagamos a pessoas que não deviam
receber e prejudicamos aqueles que têm direito”. Que isto resulta da fraqueza
de planificação do sector visado.
Digam-me senhores porquê tamanha falcatrua tem que se considerar de falhas
que ocorrem em exercício normal de qualquer actividade? Porquê só nos últimos
anos, com pessoal formado em administração escolar, em economia, em
contabilidade em instituições do ensino superior, a questão de horas é complexa
quando já tivemos administrativos com apenas 4ª ou 6ª classe que tornavam isso
muito simples? Fraqueza de planificação no sector de educação, ainda em Marínguè
com apenas 483 professores?
Finalmente: digam-me que é falha e precisa apenas de ser corrigida e não
tomarem-se medidas administrativas e processarem-se os infractores?
O Sector de Educação, Juventude e Tecnologia a nível do distrito de
Marínguè, em Sofala, está a enfrentar graves problemas relacionados com desvios
de fundos do Estado, em moldes de pagamento de horas extras aos funcionários
não contemplados que exercem actividades burocráticas, em detrimento dos
professores com legítimo direito nas salas de aula.
Trata-se de um esquema já cativado nas folhas de vencimentos em que
mensalmente um grupo de funcionários sentados no gabinete saca dos cofres do
Estado 15 horas de trabalho acima do seu salário, sem que tenham realizado
qualquer actividade neste sentido.
Além disso, trabalhadores há que recebem subsídios de directores de escolas
sem exercer esta função, enquanto os legítimos dirigentes não se beneficiam
deste direito há longos anos. A directora da Escola Primária Completa de
Nhadongo, Irene Inguane, é exemplo desta situação desde o ano passado até esta
parte.
Como se não bastasse, o administrativo da Educação em Marínguè, Domingos
Baitone, é apontado como estando a beneficiar-se de cinco por cento do valor
descontado das dívidas mensais contraídas pelos funcionários aos comerciantes,
constituindo assim uma flagrante violação do Estatuto Geral dos Funcionários do
Estado, senão com o estabelecimento de um prévio acordo como no caso dos
mutuários do Fundo de Desenvolvimento Distrital, (sete milhões).
Abordada pelo nosso Jornal sobre o assunto, a directora de Educação, Juventude
e Tecnologia em Marínguè, Maria Baronete, reconheceu a ocorrência de tais
falcatruas que, no seu entender, resultam de falhas que acontecem no exercício
normal de qualquer actividade. Entretanto, a nossa interlocutora promete
corrigir este procedimento, a breve trecho, numa região que conta com um
efectivo de 483 docentes.
O facto, foi despoletado durante o encontro que o governador Carvalho
Muária orientou semana passada em Marínguè com funcionários e agentes do
Estado, sendo que a problemática da Educação veio ao de cima ainda com queixas
da falta da educação inclusiva e casos isolados da suposta discriminação de
professores deficientes, conforme desabafou o deficiente visual Joaquim Jambo,
professor da EPC na vila de Marínguè.
Reagindo sobre o “fantasma” de horas extras, o timoneiro de Sofala
determinou que seus assessores vão trabalhar pormenorizadamente na matéria com
vista a apurar a veracidade dos factos. “Mas fica claro que a questão das horas
extras é complexa até no país, porque, às vezes, pagamos a pessoas que não
deviam receber e prejudicamos aqueles que têm direito”. Por isso, Muária
referiu que este assunto deve ser analisado cuidadosamente, pois que resulta da
fraqueza de planificação do sector visado.
Fonte: Jornal Notícias – 17.08.2012
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