Os chefes militares dos países da Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO) finalizaram hoje (sexta-feira) os planos para uma intervenção armada na Côte d'Ivoire em caso de fracasso dos esforços, para que Laurent Gbagbo abandone o poder.
A informação foi dada pelo porta-voz do exército da Nigéria, país onde as chefias militares se reuniram, numa altura em que um grupo de peritos da ONU alertaram para que os actos de violência das últimas semanas no país podem constituir "crimes contra a Humanidade".
"Se todos os meios de persuasão política fracassarem (...), a CEDEAO tomará pela força o poder de Laurent Gbagbo para o entregar a Alassane Ouattara", referiu o porta-voz.
Gbagbo, no poder há dez anos, recusa há um mês aceitar os resultados da segunda volta das presidenciais proclamados pela comissão eleitoral que dão a vitória a Ouattara, desencadeando uma crise que já fez pelo menos 200 mortos.
O Conselho Constitucional ivoiriense proclamou Laurent Gbagbo vencedor da eleição, invalidando os resultados da Comissão Eleitoral Independente (CNI), confirmados pela ONU e apoiados pela comunidade
internacional.
Entretanto, um grupo de peritos das Nações Unidas especializados em direitos humanos alertou hoje, para que a violência no país, desde as eleições pode constituir crimes contra a humanidade e defendeu que esses
actos devem ser "severamente punidos".
Num comunicado divulgado em Genebra, os peritos dizem-se "profundamente preocupados com as importantes violações de direitos humanos" na Côte d'Ivoire.
"Segundo fontes credíveis, podem ter ocorrido ou ainda vir a ocorrer na Côte d'Ivoire desaparecimentos forçados ou involuntários, detenções arbitrárias, execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias e actos de
violência sexual", lê-se no texto.
Fonte: Angolapress - 31.12.2010
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