segunda-feira, janeiro 31, 2011

A União Africana é capaz de resolver a crise política da Côte d’Ivoire?

No meio de tanta contradição e pior ainda sem uso de voto, a União Africana parece mostrar ser uma organização incapaz de resolver qualquer crise política como a de Côte d’Ivoire. Ora vejamos:

1. A UA escolheu para presidente da organização, o ditador da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema (aqui ). Pelo menos o Encontro Africano para a Defesa dos Direitos Humanos (RADDHO) contestou pública e oficialmente esta escolha. Ver aqui; Será Obiang Ngyema mais-valia para a União Africana?

2. José Eduardo dos Santos, o suposto apoiante militarmente de Laurent Gbagbo é dito que está a fazer manobras em Addis Abeba. Ver aqui. Com certeza e como sempre ele manifestou, quer que se forme um governo da unidade nacional do tipo Zimbabwe e Quénia.

3. A União Africana criou um painel para tratar da crise da Côte d’Ivoire. O painel é presidido pela mauritaniano Mohamed Ould Abdel Aziz ao lado de Idriss Deby (Tchad), Jacob Zuma (África do Sul), Blaise Compaoré (Burkina Faso), Jakaya Kikwete (Tanzânia). Ver aqui. Infelizmente, para este painel nada se diz se é para impor o respeito aos resultados eleitorais. A UA já enviou o ex-Presidente da África do Sul, Thabo Mbeki para a Côte d’Ivoire e últimamente estava lá o PM do Quénia, Raila Odinga. Nenhum destes enviados conseguiu convencer a Laurent Gbagbo para deixar o poder para o vencedor das eleições.

4. A criação do painel é contestada pelo ex-grupo rebelde das Forças Novas da Côte d'Ivoire (FNCI)que julga ser uma maneira hábil de fazer durar a crise na Côte d'Ivoire e dar tempo e meios da manobra ao amigo Laurent Gbagbo. Ver aqui

Então como poderá a UA resolver problemas de presidentes que não querem largar o poder como é o caso de Laurent Gbagbo da Côte d’Ivoire? Porquê a UA não apoiar a iniciativa da CEADEO?

2 comentários:

Anónimo disse...

Estamos em periodo medieval. Podemos resolver os nossos problemas a murros.A nossa cerveja, a nossa maneira.Yoee!

Nguiliche

Reflectindo disse...

Este é que o grande dilema de África. Transição pacífica só é possível através de eleicões livres, transparentes e justas e aceitação do resultado pelos concorrentes. Quando isto não acontece, o que resta?