Addis Abeba, Etiópia (PANA) – O Encontro Africano para a Defesa dos Direitos Humanos (RADDHO) exprimiu, num comunicado publicado em Addis Abeba, « a sua profunda indignação » depois da designação do Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang Nguema, como Presidente em exercício da União Africana (UA) para os próximos 12 meses.
No comunicado publicado domingo na capital etíope, a ONG de defesa dos direitos humanos considera que a designação de Obiang Nguema na Presidência da UA mancha a imagem de África e «incredibiliza o debate projetado pela União Africana sobre os valores democráticos ».
« A situação dos direitos humanos na Guiné Equatorial é caraterizada por torturas sistemáticas contra os opositores políticos, por violações das liberdades fundamentais com uma oposição amordaçada, por ausência de imprensa independente e pela inexistência de socieadade civil », deplora o RADDHO.
Para a ONG de defesa dos direitos humanos sediada em Dakar, o mais preocupante na Guiné Equatorial « é a existência duma corrupão que perverte uma classe política que se aproveita das receitas petrolíferas enquanto a população vive na miséria ».
"Resumidamente, a boa governação na Guiné Equatorial está em total contradição com os valores e os princípios promovidos pela Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e o Ato Constitutivo da UA », indica o comunicado.
Qualificando a designação de Obiang Nguema de « má escolha », o RADDHO considera que é tempo de os chefes de Estado africanos compreenderem que « o crepúsculo dos ditadores chegou em África ».
Cerca de 40 chefes de Estado e de Governo participam na 16ª Cimeira da UA que decorre domingo e segunda-feira sobre o lema « Valores Partilhados para uma Maior Unidade e Integração ».
A Cimeira deverá proceder, no fim dos seus trabalhos, à designação dum painel de alto nível de cinco personalidades para tentar resolver a crise ivoiriense.
Fonte: retirado na íntegra do Panapress - 31.01.2011
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