O Primeiro Ministro da Tunísia prometeu deixar a política após as eleições que estão a ser agendadas depois do afastamento do Presidente Zine al-Abedine Ben Ali na semana passada.
Numa entrevista à televisão na sexta-feira, Mohammed Ghannouchi disse que vai abandonar o poder "no mais curto período de tempo possível".
O seu governo interino prometeu realizar eleições dentro de seis meses mas até agora ainda não estabeleceu uma data para o efeito.
No sábado, milhares de manifestantes, incluindo a polícia, sairam para as ruas de Tunes para reivindicar a demissão do governo.
O correspondente da BBC na capital tunisina, Magdi Abdelhadi, afirma que a participação da polícia é um desenvolvimento dramático porque há uma semana a polícia defendia o governo de Ben Ali.
Mas os polícias disseram que eles também eram vítimas do antigo regime, com muitos a gritarem: "Somos inocentes do sangue dos mártires!"
Os tunisinos estão a assinalar o segundo de três dias de luto para os que foram mortos durante o levantamento popular de um mês que levou a que Ben Ali e a sua família fugissem para a Arábia Saudita no dia 14 de Janeiro.
'Leis anti-democráticas'
Os Ministros do governo interino têm estado reunidos num encontro especial à porta fechada para discutirem formas de restaurar a calma.
O Primeiro Ministro, que era um aliado-chave do Presidente derrubado, fez um apelo emocionado à paciência na televisão na sexta-feira.
Ele disse que se vai retirar da vida pública após as eleições e prometeu que todas as "leis anti-democráticas" seriam eliminadas pelo governo de transição.
"Vivi comos os tunisinos e tive medo como os tunisinos", disse ele. "Prometo terminar toda a minha actividade política depois deste período à frente do governo interino."
Pelo menos 78 pessoas foram mortas desde que começaram os protestos no passado mês de Dezembro.
Três dias de luto começaram na sexta-feira. As bandeiras foram colocadas a meia haste e numa mesquita em Tunes, um imã rezou pelos mortos e pela democracia, deu conta a agência de notícias Reuters.
Nas orações de sexta-feira, não havia a segurança apertada que se fazia sentir durante a governação de Ben Ali nem as menções ao antigo Presidente, antes efectuadas por imãs.
Fonte: BBC para África - 22.01.2011
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