Ministros tunisinos demitem-se em protesto

Manifestantes reivindicam o afastamento do partido RCD

Três Ministros demitiram-se do governo de unidade nacional apenas um dia depois de ser anunciado.

Eles são membros do partido da União Geral dos Trbalhadores Tunisinos que desempenhou um papel fundamental no afastamento do antigo Presidente.

O Primeiro Ministro Mohammed Gannouchi enfureceu muitos manifestantes quando manteve vários Ministros do partido no poder , o Movimento Constitucional Democrata ou RCD.

Terça-feira assistiu a novas manifestações em Tunes e há informações de protestos noutras áreas do país.

Novas manifestações surgiram em Sfax, Regueb, Kasserine e Sidi Bouzid, onde a revolta começou em Dezembro, quando um homem de 26 anos se incendiou.

A polícia de intervenção foi enviada para o centro de Tunes enquanto vastas multidões se reuniam para manifestarem a sua oposição ao novo governo.

A polícia dispersou pelo menos uma manifestação e confrontou-se com alguns manifestantes que acenavam cartazes e entoavam slogans contra o partido RCD.

Protestos

"Não queremos que esta revolução aconteça com este partido criminoso," disse um manifestante à agência de notícias Reuters.

Quatro horas de protestos começaram e acabaram quando a polícia disparou para o ar, usou gás lacrimogéneo e bastões para dispersar as pessoas.

Centenas de manifestantes foram forçados a afastar-se mas reagruparam-se para recomeçar os seus protestos.

A sua mensagem é clara, eles seguram cartazes que dizem "o RDC tem que sair!" e não parece que as manifestações acabem num futuro próximo, disse a jornalista da BBC Lyse Doucet, a partir de Tunes.

"Não queremos que este (Primeiro Ministro Mohammed) Gannouchi que dirigiu o país com (o antigo Presidente Zine al-Abidine) Ben Ali e que foi uma testemunha do nosso massacre durante 23 anos. Nunca o vamos querer."

Ghannouchi esperava acalmar os manifestantes na segunda-feira ao anunciar um governo de unidade nacional que incluia membros da oposição mas que reteve membros do RCD em cargos-chave.

Fonte: BBC para África - 18.01.2011