Os excessivos incentivos fiscais concedidos ao mega-projectos em Moçambique
caminham para o fim, segundo indicou o Ministro da Planificação e
Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia em Maputo.
Citado pelo jornal
Notícias, o governante moçambicano referiu que a maioria dos projectos
considerados como estando naquela posição veêm beneficiando daquele privilégio
há mais de dez anos, tempo limite previsto pela lei para o fim dos benefícios.
“Temos desde o ano
2007, uma nova lei que reduz significativamente os incentivos aos
mega-projectos, principalmente na área de extracção mineira. Em relação aos
projectos anteriores, como a Sasol, Mozal e Kenmare, estão, na sua maioria, na
fase terminal dos benefícios fiscais que lhes foram concedidos, o que quer
dizer que alguns já estão a pagar ou vão começar a pagar ao Tesouro nos
próximos tempos”, disse Cuereneia, falando ontem a jornalistas.
De referir que a
contribuição fiscal dos mega-projectos na economia nacional tem sido largamente
contestada por círculos de opinião por alegadamente ser insignificante. O
Governo, entretanto, tem enfatizado que o país tem beneficiado com a presença
dos mega-projectos, apontando como exemplos a transferência de tecnologias e
conhecimento, geração de emprego, criação de infra-estruturas, promoção e
desenvolvimento de pequenas e médias empresas, geração de receitas, poupança e
reservas externas, promoção de exportações, desenvolvimento comunitário, entre
outros.
O primeiro
mega-projecto no país, a fábrica de fundição de alumínio Mozal, foi autorizado
em 1997. Na altura, o Governo justificava necessidade de conceder incentivos
fiscais aos grandes empreendimentos igualmente pelo facto de, no período pós
guerra civil, a evolução da economia moçambicana exigir a introdução de um
conjunto de incentivos para atrair capital estrangeiro espevitando a actividade
produtiva nacional e colocando o país na rota do investimento directo
estrangeiro.
Aiuba Cuereneia
falou também dos esforços que o Governo está a empreender para reduzir a
dependência externa do país, particularmente no que respeita à questão do
endividamento.
Nesse sentido,
apontou como exemplo o facto da Autoridade Tributária estar empenhada em
expandir o universo de contribuinte através de acordos que está a rubricar com
várias agremiações da sociedade civil para a consciencialização dos seus
membros sobre a necessidade de se pagar os impostos.
“Ainda hoje
(ontem), o ministro das Finanças foi autorizado a contratar Obrigações do
Tesouro no valor de 3 mil milhões de meticais para que possa financiar a nossa
economia, portanto, essa é uma dívida interna que o país vai contrair. Logicamente
que o Governo não pode ir buscar grandes valores à banca nacional, porque assim
estará a concorrer com as empresas nacionais quando o que queremos é que grande
parte desse crédito seja dado às empresas nacionais”, disse.
Fonte: Rádio Moçambique – 08.08.2012
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