Os confrontos entre as forças de segurança e manifestantes islamitas deixaram nas últimas 24 horas 173 mortos no Egipto, após a convocação dos partidários do presidente deposto Mohamed Mursi para uma "sexta-feira da ira", informou o Ministério da Saúde egípcio neste sábado. O ministério disse ainda que 1.330 pessoas ficaram feridas em todo o país, com 596 feridas nos confrontos no Cairo.
Sharif Shawky, porta-voz do governo, afirmou que das 173 vítimas fatais, 95 morreram no Cairo e 25 na Alexandria, segunda maior cidade do país. O balanço inclui os mortos registado da tarde de sexta-feira até 10h (mesma de Maputo) de sábado. Nos últimos três dias, 57 polícias morreram, segundo o porta-voz do governo, que não informou se estes óbitos estão incluídos entre as 173 vítimas fatais.
Um balanço anterior com base em dados oficiais e de uma contagem da AFP registava pelo menos 83 mortes. Nos últimos três dias, 57 polícias morreram, segundo o porta-voz do governo, que não informou se estes óbitos estão incluídos entre as 173 vítimas fatais.
Na quarta-feira, as forças de segurança do governo militar interino do Egipto realizaram uma ofensiva contra acampamentos de manifestantes da Irmandade Muçulmana e apoiantes de Mohamed Mursi, o primeiro presidente democraticamente eleito da história do país e deposto no último dia 3 de julho. As acções policiais deixaram 638 mortos e 3.994 feridos, segundo balanço oficial.
Dissolução da Irmandade Muçulmana
Também neste sábado, o primeiro-ministro egípcio, Hazem el-Beblawi, propôs a dissolução legal da Irmandade Muçulmana e o governo está a estudar a ideia, disse Shawky. Beblawi fez a proposta ao ministro de Assuntos Sociais - Ministério responsável por licenciar entidades não-governamentais.
A Irmandade foi dissolvida pelo regime militar do Egipto em 1954, mas registou-se como uma organização não-governamental em março, em resposta a um processo legal movido por opositores do grupo que contestavam a sua legalidade.
Fundada em 1928, a Irmandade também tem um braço político legalmente registado, o Partido Liberdade e Justiça, estabelecido em 2011, depois da revolta que levou à deposição do ex-líder autocrático Hosni Mubarak. "A reconciliação está aí para aqueles cujas mãos não estão sujas de sangue", disse Shawky.
Sem comentários:
Enviar um comentário