Quatro novos ministros do presidente gambiano Yahya Jammeh, deixaram o governo, já assolado por uma série de demissões desde a sua recusa de ceder o poder ao seu sucessor eleito Adama Barrow a 19 de Janeiro, soube esta terça-feira a AFP de fonte próximo do poder.
Por outro lado, alguns oficiais que se recusaram a estabelecer aliança ao regime foram detidos nos últimos dias, segundo uma fonte securitária da oposição, que reclama pela sua libertação imediata.
A Gâmbia está mergulhada numa grave crise desde que Jammeh anunciou a 09 de Dezembro que não reconheceria mais os resultados da presidencial de 01 de Dezembro, uma semana após de ter portanto felecitado Barrow pela sua vitória.
Muitos ministros foram recentemente exonerados ou demitidos, numa altura em que Yahya Jammeh afirma querer continuar no poder enquanto a justiça não decidir sobre os seus recursos eleitorais, apesar das pressões internacionais para que o mesmo entregue o poder quinta-feira, tendo em vista a expiração do seu mandato.
A Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO) advertiu em várias ocasiões que poderá recorrer à força como a única alternativa.
Os últimos ministros em data a demitir-se são os titulares dos Negócios Estrangeiros, Neneh Macdoual-Gaye, das Finanças, Abdou Colley, do Comércio, Abdou Jobe, e do Turismo, Benjamin Roberts, ambos demissionários, indicou uma fonte próximo do governo cessante que solicitou o anonimato.
Roberts, oficialmente nomeado segunda-feira para as Finanças, em substituição de Colley, permaneceu menos de 24 horas nesse posto.
Os ministros da Informação e dos Desportos tinham sido substituidos na semana passada.
As mudanças aconteceram igualmente no exército, onde os oficiais que se recusaram apoiar Jammeh contra Barrow, tal como os tinham solicitado os comandantes da Guarda republicana, que garante a protecção do presidente cessante, foram detidos domingo, segundo uma fonte dos serviços de segurança.
O presidente eleito, acolhido no vizinho Senegal desde domingo até à data da sua investidura, fez referência a essa onda de detenções, numa declaração em Dacar lida segunda-feira pelo seu conselheiro, Mai Fatty.
Entretanto, face aos riscos de guerra civil ou de intervenção militar estrangeira, o fluxo de Gambianos está abandonar o país desde o início do ano, há dez dias da transmissão de poderes.
Fonte: Angola PressAngola Press – 17.01.2017
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