Doze embaixadores gambianos foram demitidos pelo chefe de Estado, Yahya Jammeh, por causa de o terem convidado à ceder o poder ao vencedor declarado da eleição presidencial de 01 Dezembro, Adama Barrow, soube hoje, segunda-feira, junto do ministério dos Negócios Estrangeiros.
O governo gambiano mandou regressar os 12 embaixadores, após ter posto fim à suas funções”, disse à AFP uma fonte no ministério que solicitou o anonimato.
“Eu não sei porque o presidente Yahya Jammeh nos demitiu, mas eu posso vós dizer que esses são os embaixadores que felicitaram o presidente eleito, Adama Barrow pela sua vitória”, precisou esta fonte.
Trata dos embaixadores nos Estados-Unidos, Senegal, Nações Unidas, China, Rússia, Grã-Bretanha, Turquia, Bélgica, Espanha, Cuba, Guiné-Bissau e Etiópia. Esses diplomatas tinham endereçado em finais de Dezembro a Yahya Jammeh uma carta solicitando-lhe a ceder o poder.
A Gâmbia atravessa uma crise após a eleição de 01 de Dezembro, oficialmente vencida pelo opositor Adama Barrow.
Yahya Jammed que dirige o país há 22 anos, anunciou a 09 de Dezembro que não reconhecia mais a sua derrota, uma semana após o ter aceite os resultados e ter felicitado Barrow.
Vencido com 19.000 votos, Jammeh rejeitou os resultados, que contestou na justiça.
A 13 de Dezembro, o seu partido entregou ao Tribunal Supremo um pedido de anulação da eleição argumentando irregularidades na contagem dos votos e organização do escrutínio.
Duas outras reivindicações foram apresentadas a 03 de Janeiro, incluindo um do próprio Jammeh.
Desde a sua recuperação, Jammeh está sob pressão para deixar o poder a 19 de Janeiro de 2017, no termo do seu mandato.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, composta por 15 países), enviou uma missão de dirigentes à Banjul em 13 de Dezembro, sem sucesso, e multiplicou as reuniões sobre o dossier Gâmbia.
Apesar dessas pressões, Yahya Jammeh assegurou a 20 de Dezembro que não cederá o poder até que o Tribunal Supremo não se pronunciar sobre os seus recursos eleitorais.
A Gâmbia, ex-colónia britânica de menos de dois milhões de habitantes, muitas vezes chama juízes de outros países de língua inglesa, especialmente da Nigéria para reforçar o seu sistema judicial.
Fonte: Angola Press – 09.01.2017
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