Díli, 03 jun (Lusa) -- As suspeitas de corrupção de membros do Governo timorense não vão prejudicar o partido maioritário no executivo nas legislativas de 07 de julho, garantiu à Lusa o secretário-geral do Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), Dionísio Babo.
"O CNRT tem menos a ver com o que é negativo neste Governo, porque o povo em geral sabe que o CNRT não tem nenhum ministro neste Governo, só tem secretários de Estado e um vice-ministro", afirmou Dionísio Babo.
O CNRT, presidido pelo primeiro-ministro Xanana Gusmão, lidera a Aliança de Maioria Parlamentar (AMP) que formou Governo após as eleições legislativas de 2007, ganhas pela Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), no entanto sem maioria parlamentar.
No Governo que a AMP viabilizou, o CNRT detém o cargo de primeiro-ministro, que acumula funções de ministros da Defesa e da Segurança e mais recentemente da Justiça, devido ao processo que pende contra a ex-titular do cargo, Lúcia Lobato, do Partido Social Democrata, acusada de corrupção.
As chefias dos restantes ministérios foram divididas entre o Partido Democrático, o Partido Social Democrata e a Associação Social Democrática Timorense, que fazem parte da coligação no governo.
"A população conhece bem Xanana Gusmão e de que partido são os ministros e por isso vai haver pouco impacto no CNRT. O CNRT sentirá vantagens porque demonstra o interesse em combater a corrupção", acrescentou.
Dionísio Babo considera que a AMP foi um "exemplo para assegurar a estabilidade e consolidar a Nação", mas defende que no futuro, a haver coligações, estas devem ser bem analisadas e ajustadas.
Sobre um cenário de coligação com o principal partido de oposição, Fretilin, Dionísio Babo disse o partido concluiu que este deve ser o "último cenário".
"Na reunião nacional falámos especificamente sobre o que consideramos ser o último cenário caso haja alguma diferença nas expetativas dos resultados das eleições legislativas. Claro que não há impossíveis na política, mas temos de ajustar qual o melhor caminho para isso", disse.
Questionado sobre o apoio do ex-Presidente timorense José Ramos-Horta ao Partido Democrático (PD), que integra a coligação que governou nos últimos cinco anos com o CNRT, Dionísio Babo disse tratar-se de uma coligação de "emoção".
"Acho que é uma coligação estratégica para poder negociar com a CNRT e com a Fretilin" um futuro governo, disse Dionísio Babo.
O CNRT espera ganhar as legislativas de 07 de julho, mas, segundo Dionísio Babo, o partido também está preparado para ser oposição e ajudar a desenvolver o país.
MSE.
Lusa in Notícias Sapo - 03.05.2012
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