A comunidade cristã no distrito de Nacaroa, na província nortenha de Nampula, organizou no último fim-de-semana uma celebração eucarística para agradecer a Deus pela libertação dos dois padres detidos por um período de 10 dias, indiciados de cárcere privado, fogo posto e torturas a indivíduos inocentes.
Segundo soube a VOA, a situação terá tido como origem, os frequentes roubos que a Paróquia de São João Evangelista de Nahadje vem sofrendo, sobretudo nas actividades agro-pecuárias que realiza. Na verdade, aquela missão detém um título de uso e aproveitamento de uma área de cerca de 200 hectares. O terreno está reservado às infra-estruturas sociais e actividades agro- pecuárias para fazer face a eventuais situações de insegurança alimentar, sobretudo em tempo de crise de alimentos.
Entretanto, este esforço empreendido pelos missionários, dizem os populares, não está a produzir bons resultados, alegadamente devido à acção dos malfeitores que diariamente se envolvem no desvio de diversos produtos, ante o olhar impávido das estruturas locais.
Nessa celebração alguns crentes foram despojando parte dos seus escassos recursos financeiros e materiais em jeito de solidariedade para com os seus pastores. Moedas e pequenas quantidades de produtos alimentares foram doadas aos padres, num ambiente de singela amizade e de irmandade.
Segundo os crentes, a detenção dos padres não passa de uma acção visando a desmotivação dos missionários em serviço naquele distrito e consequente banimento das acções pastorais.
Na ocasião, o padre Alexandre, disse acreditar no gesto da comunidade de Nacarôa, sobretudo devido aquilo que chamou de difamação pela imprensa durante e depois da prisão.
"Não tenho palavras para vos agradecer, talvez pedir a todos vós no sentido de continuarem a rogar a Deus para que a injustiça não volte a acontecer neste nosso território.”
Entretanto, no final da missa que também contou a presença de cristão vindos da cidade de Nampula e Nacala-Porto, os animadores da paróquia local disseram estar dispostos a acompanhar o evoluir do processo, porque segundo disseram não vão permitir que injustiças e perseguições continuem a acontecer. Aliás os nossos entrevistados deixaram claro que nesse processo há vários testemunhos e que se o país trabalhar com a justiça, então ela será devidamente aplicada.
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