O Centro de Integridade Pública (CIP) de Moçambique defende a demissão do ministro dos Transporte e Comunicações, Carlos Mesquita, por envolvimento num "caso já comprovado de conflito de interesses".
"Só o Presidente Nyusi pode, no atual quadro jurídico e constitucional, exonerar ou demitir o ministro dos transportes e comunicações, o que se mostra um imperativo", refere o CIP num artigo enviado à Lusa sobre o assunto.
Em causa, o facto de estar a dirigir "um ministério ligado a uma área em que é empresário, embora se diga que não esteja na gestão direta".
Mesquita assinou dois memorandos como ministro com as empresas Cornelder Moçambique e Cornelder Quelimane, que na altura estavam a ser dirigidas pelo seu falecido irmão.
"O cargo que Carlos Mesquita ocupa no Governo e as suas ligações empresariais ao setor dos transportes colocá-lo-ão sempre numa situação de potencial conflito de interesses", escreve a organização.
Recentemente, a Comissão Central de Ética Pública disse que o caso foi submetido ao Gabinete Central de Combate à Corrupção, mas não avançou mais detalhes.
Alem deste caso, segundo o CIP, Mesquita está também a ser investigado por um ajuste direto feito pelo Instituto Nacional Gestão de Calamidades a uma empresa sua do ramo dos transportes, violando a lei.
A Lusa contactou o gabinete de imprensa de Carlos Mesquita, que se limitou a dizer que "quanto às matérias abordadas já foi tudo esclarecido".
Na altura em que o caso despontou, Carlos Mesquita disse que não tinha nada a esconder, garantindo que irá colaborar com a investigação.
O CIP é uma organização não-governamental que defende a luta contra a corrupção, pela integridade e transparência e que conta com o apoio de diversos estados europeus.
Fonte: LUSA – 31.05.2017
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