No (programa) Noite Informativa da sexta-feira, o comentador Frangoulis,
por sinal membro do MDM, o segundo maior partido da oposição, fez uma crítica à
toda oposição com assentos parlamentares por nunca terem concertado as posições
e submetido uma única petição no Conselho Constitucional.
No Noite Informativativa da quinta-feira, o comentador Adelino Buque, por
sinal membro da Frelimo, apontou o problema dos líderes dos partidos políticos
em Moçambique em nunca se encontrarem fora da Assembleia da República ou de
actividades parlamentares. Buque fazendo referência no diálogo telefónico entre
Nyusi e Dhlakama, não especificou que o problema era apenas dos partidos
políticos da oposição, mas todos.
No Opinião feminino, a Fátima Mimbire, activista social, fez uma observação
sobre a solicitação do MDM ao Providor da Justiça para submeter uma petição no
Conselho Constitucional para a provação da Constitucionalidade da aprovação da
Conta geral do Estado pela bancada da Frelimo.
Se bem que percebi, a Fátima coloca a questão pelo facto de aquilo ainda
não ter sido promulgado pelo Presidente da República e publicado no Boletim da
República. Mas o MDM devia esperar por isso? Claro que não, mas encontrar a via
legal para submeter a petição directamente no Conselho Constitucional da
República e sobre essa via, a Fátima já havia sugerido na semana anterior. A
oposição devia o fazer.
Em 2015 escrevi aqui sobre a alergia que os líderes da oposição têm em se
encontrarem e tratar dos assuntos do país de forma concertada. Escrevi e era
nesse momento em que os líderes da oposição mais se conformavam em um possível
café e uma pose com o Presidente da República acompanhado de umas palavras
bonitas sem conteúdo nenhum. Mas em estados de direito democrático, encontros
de líderes dos partidos democráticos são regulares. No parlamento, as
lideranças das bancadas aproximam-se para a concerteção sobre algum assunto e
isso inclue o partido no poder, precisando. Assim funcionam as democracias em
que para governar não seja necesário ter dois terços de assentos no parlamento,
os dois terços que em certos países como o nosso servem para manifestação de
arrogância insanável.
Finalmente, a concertação e a submissão de uma única petição no Conselho
Constitucional para impugnação da legalização dos créditos ilegais pelos
partidos políticos representados na Assembleia da República teria dado
esperança a muitos moçambicanos no que concerne a uma oposição unida e não só.
Não só, porque os indignados são moçambicanos independentemente da sua cor
partidária. E mais os partidos representados no parlamento deviam ter reunido
com outros partidos extra-parlamentar para colher a opinião.
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