domingo, maio 07, 2017

As últimas dicas à oposição moçambicana

No (programa) Noite Informativa da sexta-feira, o comentador Frangoulis, por sinal membro do MDM, o segundo maior partido da oposição, fez uma crítica à toda oposição com assentos parlamentares por nunca terem concertado as posições e submetido uma única petição no Conselho Constitucional.

No Noite Informativativa da quinta-feira, o comentador Adelino Buque, por sinal membro da Frelimo, apontou o problema dos líderes dos partidos políticos em Moçambique em nunca se encontrarem fora da Assembleia da República ou de actividades parlamentares. Buque fazendo referência no diálogo telefónico entre Nyusi e Dhlakama, não especificou que o problema era apenas dos partidos políticos da oposição, mas todos.

No Opinião feminino, a Fátima Mimbire, activista social, fez uma observação sobre a solicitação do MDM ao Providor da Justiça para submeter uma petição no Conselho Constitucional para a provação da Constitucionalidade da aprovação da Conta geral do Estado pela bancada da Frelimo.  Se bem que percebi, a Fátima coloca a questão pelo facto de aquilo ainda não ter sido promulgado pelo Presidente da República e publicado no Boletim da República. Mas o MDM devia esperar por isso? Claro que não, mas encontrar a via legal para submeter a petição directamente no Conselho Constitucional da República e sobre essa via, a Fátima já havia sugerido na semana anterior. A oposição devia o fazer.

Em 2015 escrevi aqui sobre a alergia que os líderes da oposição têm em se encontrarem e tratar dos assuntos do país de forma concertada. Escrevi e era nesse momento em que os líderes da oposição mais se conformavam em um possível café e uma pose com o Presidente da República acompanhado de umas palavras bonitas sem conteúdo nenhum. Mas em estados de direito democrático, encontros de líderes dos partidos democráticos são regulares. No parlamento, as lideranças das bancadas aproximam-se para a concerteção sobre algum assunto e isso inclue o partido no poder, precisando. Assim funcionam as democracias em que para governar não seja necesário ter dois terços de assentos no parlamento, os dois terços que em certos países como o nosso servem para manifestação de arrogância insanável.


Finalmente, a concertação e a submissão de uma única petição no Conselho Constitucional para impugnação da legalização dos créditos ilegais pelos partidos políticos representados na Assembleia da República teria dado esperança a muitos moçambicanos no que concerne a uma oposição unida e não só. Não só, porque os indignados são moçambicanos independentemente da sua cor partidária. E mais os partidos representados no parlamento deviam ter reunido com outros partidos extra-parlamentar para colher a opinião. 

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