sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Ministério da Educação e Cultura denuncia existência de "Universidade ilegal"

Maputo, 18 fev (Lusa) -- O Ministério da Educação e Cultura de Moçambique denunciou hoje a existência de uma "Universidade ilegal" que opera em Inhambane, sul, um caso inédito no país, onde a qualidade de ensino tem sido questionada.

Segundo uma nota do governo, a instituição de ensino superior "ilegal, que ministra cursos à distância no distrito de Zavala, província de Inhambane", denomina-se "Mais que uma milha profunda em Moçambique, Teológico Superior à Distância", mas não indica o número de estudantes inscritos.

"Por várias vezes os representantes desta instituição foram solicitados pelo setor a apresentar documentos comprovativos da autorização para o seu funcionamento, o que nunca chegou a acontecer", refere o comunicado.

O Ministério da Educação de Moçambique (MINED) sublinha que a última vez que a referida Universidade foi notificada pela direção provincial de Educação e Cultura de Inhambane foi a 15 de novembro de 2010, "ao que os seus representantes nunca se dignaram a apresentar qualquer documento, mesmo depois de se terem comprometido a fazê-lo".

"O silêncio administrativo prevalecente sugere a inexistência dos solicitados documentos, por um lado, e por outro, a falta de idoneidade da referida instituição, se comparada com a pretensão de criar e gerir uma instituição do ensino superior", considera o Ministério moçambicano da Educação e Cultura.

"A Universidade Mais que uma milha profunda em Moçambique, Teológico Superior à Distância de Zavala não existe", adverte o governo moçambicano, aconselhando "a todos os cidadãos para não se deixarem burlar por esta Universidade ilegal".

A direção provincial de Educação e Cultura de Inhambane foi, contudo, incumbida pelo MINED de usar dispositivos legais a seu dispor para "garantir e preservar o setor e os direitos dos cidadãos naquele território", conclui a nota.

Há dias, o Conselho de Reitores de Moçambique criticou "as instituições de ensino superior com menor qualificação" por atribuírem graus honoríficos "sem verificar as condições éticas para a concessão" e oferecerem mestrados de uma "forma anacrónica".

Em Moçambique existem cerca de três dezenas de instituições de ensino superior.

MMT.

Lusa/Fim

Fonte: Notícias Sapo - 18.02.2011

Sem comentários: