O académico Lourenço de Rosário diz ainda que há clientelismo político na concessão de fundos e põe em causa a competência dos conselhos consultivos distritais que aprovam e monitoram os projectos.
Acrescenta que há um vulnerável flagrante das autoridades distritais perante tentações de clientelismo político local. “E, é preciso não assobiar para o lado. Muito deste dinheiro serve para pagar favores políticos. Não era esta a intenção do discurso programático (de Armando Guebuza), mas não houve capacidade de monitorar e acabou-se por aí”, constata.
Lourenço de Rosário questiona os moldes de criação dos conselhos consultivos distritais, responsáveis pela aprovação e monitoria dos projectos no âmbito dos “sete milhões”, tendo dito que os critérios são de todo desconhecidos, sendo, por isso, questionável a competência deste órgão.
Disse, por outro lado, que há o um clientelismo político que não se trata exactamente de corrupção de desvio de dinheiro para fins pessoais, mas tem a ver com desembolsos por afinidades, e não com objectivo de combate à pobreza.