Addis Abeba, Etiópia (PANA) – A União Africana (UA) exigiu um inquérito sobre a eventual presença de mercenários estrangeiros na Líbia, indicando que ela poderá tomar medidas em conformidade com os tratados em vigor que proíbem a utilização de mercenários.
Os líderes africanos, que participaram sexta-feira passada em Addis Abeba, na Etiópia, na reunião do Conselho de Paz e Segurança (CPS), declararam que a Comissão da UA deverá investigar sobre as alegações que apontam para a implicação de milhares de mercenários em atividades criminosas na Líbia.
Relatos não confirmados da imprensa falam da presença de milhares de combatentes pagos e provenientes na sua maioria dos países da África Ocidental, do Norte e da África Oriental, que teriam sido transportados para a Líbia alguns dias antes do início dos confrontos ocorridos em várias cidades do país entre manifestantes reformistas e forças fiéis ao regime de Muamar Kadafi.
A reunião do CPS reiterou que a convenção da Organização da Unidede Africana (OUA) sobre a eliminação do mercenariado em África deverá ser aplicada se os rumores forem confirmados.
A UA advertiu igualmente contra qualquer intervenção militar estrangeira na Líbia, e anunciou a instauração dum comité de cinco chefes de Estado africanos integrado pelos Presidentes do Mali, Amadou Toumani Toure; da África do Sud, Jacob Zuma; do Uganda, Yoweri Museveni; da Mauritânia, Mohamed Ould Abdel Aziz; e do Congo-Brazzaville, Denis Sassou Nguesso, com vista a trabalhar para as principais reformas exigidas pelo povo líbio.
O Governo líbio está sob pressão de forças rebeldes compostas essencialmente por voluntários civis e soldados desertores que lançaram ataques contra cidades estratégicas com a intenção de chegar à capital do país, Tripoli, para derrubar o poder instituído.
A UA condenou o que considerou de « utilização desproporcional da força e de armas mortíferas" que já fizeram centenas de mortos e feridos entre a população civil e os militares.
O CPS lançou um apelo para uma intervenção humanitária urgente de grande envergadura dos países africanos na Líbia, para salvar milhares de imigrantes africanos incapazes de deixar o país.
Exortou a UA a convocar rapidamente uma conferência humanitária para permitir aos países africanos engajar-se e oferecer a ajuda logística necessária para salvar os trabalhadores imigrantes, indicando que estes últimos necessitam de ajuda para se reinserir nos seus países de origem.
O CPS declarou-se persuadido de que a presente crise humanitária na Líbia exige uma medida urgente para a cessação imediata das hostilidades e a distribuição de ajuda humanitária aos necessitados.
Advertiu contra qualquer tendência de tranformar « a rebelião política no mundo árabe » numa rebelião armada.
Fonte: Pana press - 13.03.2011
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