sábado, março 30, 2019

Que metas tem a nova liderança da Renamo


Será que a actual Renamo somente lhe interessa a partilha de chefias militares?
Em 2012 Afonso Dhlakama saiu de Nampula onde residia desde 2009, passando por Quelimane, onde 12 anos depois e sob mediação de Manuel de Manuel Araujo se encontrou com Raul Domingos. Afonso Dhlakama chegou em Vunduzi onde supostamente era para celebrar os 33 anos da morte de André Matsangaíssa e aí anunciou a sua instalação naquele local e não só, mas também o reagrupamento dos seus comandos e reactivação das bases. Houve nessa altura os que disseram que a sua instalação em Vunduzi era uma imposição dos comandos e não um acto voluntário de Afonso Dhlakama. Outros até falavam de uma prisão domiciliária. 
Pessoalmente foi difícil acreditar que na verdade fosse uma imposição dos comandos, uma vez que eu contava que ele era o comandante-em-chefe dos tais comandos.
Após a morte de Afonso Dhlakama foi escolhido Ossufo Momade, supostamente pela Comissão Política da Renamo como coordenador interino. Digo supostamente porque já receio que as decisões mais importantes e determinantes na Renamo sejam de um grupo de “Chairmen”, um grupo informal composto por membros do tal comando, muito desconhecidos por nós e até pela maioria dos membros da Renamo. Poucos dias depois de ser indicado como coordenador, Ossufo Momade deslocou-se à Gorongosa e lá ficou como Afonso Dhlakama havia feito. No último congresso Momade foi eleito Presidente da Renamo.
Há poucos dias, Ossufo Momade veio a Maputo onde permaneceu mais que duas semanas, se não estou em erro e, dos encontros com Nyusi, tratou assuntos militares que me parece ter sido com sua satisfação. Nesse período todo, não me parece que Ossufo Momade tenha tratado pessoalmente assuntos políticos relevantes do partido, como de lançar-se apresentando a sua visão política e o caminho que a Renamo vai seguir para as eleições legislativas, presidenciais e provinciais a terem lugar este ano. O mais estranho é que Ossufo Momade não passou por Beira, pelo menos, para confortar as vítimas do IDAI. O seu regresso à Gorongosa sem dar sinal nestes dois pontos, deve ter deixado perplexos a muitos moçambicanos. 
A mim, parece que nos últimos seis anos, os presidentes da Renamo só servem de intermediários entre os chairmen e o governo moçambicano. Se bem que os chairmen podiam respeitar Afonso Dhlakama pela antiguidade na presidência da Renamo, Ossufo Momade só deve fazer o que for autorizado por aquele grupo. Penso que assim faria qualquer que saísse eleito presidente no congresso da Gorongosa.
A questão é se o único interesse dos Chairmen da Gorongosa é militar, isto é, partilha das chefias militares. Como a Renamo pode sobreviver desta forma se bem que cedo ou tarde, esses militares sairão naturalmente do exército?

quinta-feira, março 21, 2019

Michel Temer preso

A Oficiais da Lava Jato no Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta quinta-feira, 21, o antigo Presidente brasileiro, Michel Temer, e os agentes ainda tentam cumprir um mandado de prisão contra o seu antigo ministro de Minas e Energia, Moreira Franco. Ler mais

sexta-feira, março 15, 2019

Lição para os políticos de Moçambique?

Os políticos de Moçambique deviam aprender esta forma da Guiné-Bissau em fazer política. 

Os resultados das eleições do domingo último indicam que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), alcançou 47 mandatos, o Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-159 27, o Partido da Renovação Social (PRS) 21, a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU/PDGB) 5, a União para Mudança (UM) e o Partido da Nova Democracia (PND), todos com um deputado cada.
O PAIGC já anunciou um acordo de incidência parlamentar para governar com a APU/PDGB, UM e PND, pelo que deverá garantir apoio da maioria dos deputados eleitos. 
O segundo e o terceiro partido, Madem e PRS respetivamente, celebraram também um acordo parlamentar. 

Fonte: Deutche Welle - 14.03.2019

quinta-feira, março 14, 2019

PAIGC ganha eleições legislativas na Guiné-Bissau

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) venceu as eleições legislativas do último domingo com 47 dos 102 mandatos no Parlamento, revelou hoje a Comissão Nacional das Eleições, numa conferência de imprensa liderada pelo seu presidente José Pedro Sambú.
Em segundo lugar, ficou o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) com obteve 27 mandatos; e em terceiro o Partido de Renovação Social (PRS), a tradicional segunda força política, desde 1999, conseguiu 21 deputados .
A APU conseguiu cinco deputados, PND e a União para a Mudança (UM), um mandato cada.
O anúncio dos resultados foi antecedido, entretanto, da assinatura de dois acordos políticos de incidência parlamentar, envolvendo, as quatro principais forças políticas concorrentes.
Os líderes do PAIGC, Domingos Simões Pereira, e da Assembleia do Povo Unido Nuno Nabian assinaram um acordo de incidência parlamentar com a necessidade de dar estabilidade ao país.
Documento semelhante foi também assinado entre o Madem-G15 e o PRS.
"Este acordo político é para estabilizar o país", afirmou Alberto Nambeia, presidente do PRS, sublinhando que é preciso haver entendimento para o desenvolvimento do país.
Refira-se que, antes das eleições, o PAIGC, o PND e UM tinham assinado um acordo pós-eleitoral.
Caso o PAIGC consiga que a APU, o PND e a UM sustentem o seu eventual Governo, o partido, que já tinha vencido as eleições de 2014, pode conseguir 54 deputados, dos 102 do Parlamento.

Fonte: Voz da América – 13.03.2019