O Presidente do Conselho Constitucional, Luís António Mondlane, renunciou ao cargo, esta manhã. Esta a reacção de Mondlane às acusações que alimentam a comunicação social moçambicana, nos últimos dias, sobre uma suposta gestão danosa que vinha protagonizando no Conselho Constitucional.
De manhã, Luís Mondlane falou com o Chefe de Estado, comunicando-lhe a intenção de renunciar ao cargo, por já não se sentir em condições para se manter como Presidente do Conselho Constitucional. A meio da manha, Mondlane reuniu todos os trabalhadores do Conselho Constitucional, juízes-conselheiros incluídos, e comunicou-lhes a decisão.
Fonte: O País online - 17.03.2011
Reflectindo: Parabéns Luís Mondlane pela postura de auto-responsabilização e responsabilidade. Agora resta saber se todos os que assumem alguma responsabilidade no Estado, no governo e mesmo nos partidos políticos em Moçambique, já podem aprender que a opinião pública tem que ser respeitada, acabando em definitivo com aqui é em África onde o chefe é um galo numa capoeira. Resta também saber se cada cidadão moçambicano já acredita que a sua voz pode ser útil se insiste na cidadania participativa.
4 comentários:
Bravo Reflectindo,
Uma pergunta: o que leva a um homem que defendeu durante anos a lei para cometer casos desses - corrupção?
Zicomo
Amigos, desde as 12 horas que não tive tempinho para ir à Internet, pelo que não pude publicar a notícia sobre a renúncia de Luís Mondlane do cargo de Presidente do Conselho Constitucional.
Após a renúncia há necessidade de continuarmos a discutir sobre o caso não só sobre as causas da renúncia, mas sobre a auto-responsabilizacão e responsabilidade dos nossos dirigentes, e, a cidadania inclusiva, participativa e activa, o papel da imprensa, isto pensando nos outros (no Estado, governo, partidos políticos, associações, etc.) e no futuro.
Amigo V. Dias,
Essa é a pergunta que tentei fazer no nosso debate de ontem. Eu acredito que tudo isto é por causa do sistema. Não quero dizer que o que Mondlane fez não acontece noutras partes do planeta, mas isso é muito normal em Mocambique. Muitos são protegidos ou até não têm vergonha na cara para renunciar o cargo. Muitos e muitos usam o tempo para abafar tudo.
A minha sugestão é de que o cidadão, a imprensa têm que ser insistente.
Vce coloca um ponto muito importante sobre a cidadania inclusiva, é um ponto que nós estudantes discutimos muito em Bruxelas, como sabe com o Tratado de Maastricht, 1992, os governos dos Estados-membros, na sua maioria, deixaram, em parte, de ser autónomos e menos corruptos em alguns casos. Penso que é algo que falta no nosso país.
Zicomo
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