segunda-feira, março 28, 2011

Malawianos podem estar a registar-se como antigos combatentes em Moçambique - denuncia Governador da Zambézia

O Governador da província central da Zambézia, Francisco Itae Meque, admitiu que algumas pessoas que se inscreveram como antigos combatentes, para beneficiarem de privilégios sociais inerentes a este grupo, sejam de proveniência malawiana e estejam a agir em conluio com os próprios antigos combatentes.

Martins Bartolomeu, director provincial para a área dos Combatentes na Zambézia, disse que o que alimenta a desconfiança é o facto de estarem registados até ao momento 6.652 cidadãos a reclamar a atribuição do estatuto de antigos combatentes naquela parcela do pais, quando no ano passado o número não passava de 600.

Dos actuais mais de seis mil inscritos, 1.124 indivíduos foram registados no distrito de Mocuba, uma das regiões onde o governador da Zambézia declarou haver extrema necessidade de maior averiguação para se apurar a existência de infiltrados ou não no grupo.

Do total dos inscritos em Mocuba, 942 já auferem as respectivas pensões, 492 dos quais de reforma por invalidez e 376 reforma militar, tal como indicam informações apresentadas ao governador da Zambézia, citadas pelo jornal “Diário de Moçambique”.

A ser confirmado o que se suspeita, os implicados arriscam-se a ser penalizados, porque mentir sobretudo para as autoridades é crime”, advertiu Itae Meque num comício popular realizado no posto administrativo de Nhamanjavira.

O facto é que actualmente se regista uma afluência aos postos de registo dos antigos combatentes considerada fora do normal, na Zambézia, o que leva o Governo provincial a desconfiar da possível existência de falsos candidatos a beneficiários de privilégios sociais proporcionados pelo Estado moçambicano a este grupo de cidadãos.

As autoridades estranham o crescente número de interessados, apresentando-se como antigos combatentes, e suspeitam que alguns não sejam exactamente antigos militares da luta de libertação.

Durante o comício indivíduos reivindicando o estatuto de antigo combatente pediram ao governador para que desse facilidades no processo de registo, alegando a existência de antigos combatentes que não possuem a documentação exigida no acto de inscrição em virtude de se ter perdido ao longo do tempo.

Em declarações a imprensa, o governador disse que a questão terá que ser rigorosamente analisada, porque há fortes indicações de que existe gente em demasia a apresentar-se nos locais de registo.

Itai Meque falou de fortes suspeitas da existência de malawianos que estão a atravessar a fronteira para Zambézia, com a alegação de que, durante a luta armada, serviram o exército nacional nas suas incursões militares contra o regime colonial português.
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“O estatuto de antigo combatente é conferido àqueles que pegaram em armas para se confrontarem com o regime colonial. Neste momento, aparecem pessoas a dizer que receberam os combatentes no período de confrontação armada e prestaram uma e outra assistência, por isso, merecem ser tratadas como antigos combatentes”, referiu.

O Governo na Zambézia diz ter indicações dando conta de que em alguns distritos próximos da fronteira, a exemplo de Milange, Lugela, Morrumbala e Namarrói, algumas pessoas partiram do vizinho Malawi, aparentemente instruídas pelos próprios antigos combatentes para se inscreverem.

Fonte: (RM/AIM) - 28.03.2011

Reflectindo: toda esta história de antigos combatentes é interessante para além de ser penalizante aos verdedeiros antigos combatentes. Será que desde Setembro de 1974 nunca houve registo dos antigos combatentes? Duvido bastante. E o que é se passa mesmo com "Antigos Combatentes"? É difícil provar se alguém foi ou não antigo combatente? Por outro lado, serão apenas malawianos que se inscrevem como antigos combatentes e não há até deputados, governantes ou líderes políticos que se confundem com os antigos combatentes? Que tal se os nomes dos registados como antigos combatentes forem afixados numa vitrina nos distritos e postos administrativos e se pedisse para que a população denunciasse os falsos?
HONREMOS OS VERDADEIROS ANTIGOS COMBATENTES!

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