Antigo Presidente, filhos e assessores integram grupo de 17 pessoas investigadas no caso das "dívidas ocultas"
A Procuradoria Geral da República (PGR) de Moçambique solicitou a quebra do sigilo bancário do antigo Presidente da República, Armando Guebuza, e de outras pessoas ligadas ao seu gabinete, no quadro da auditoria forense em curso às chamadas “dívidas ocultas”, que estão na origem do congelamento do apoio orçamental dos parceiros de cooperação, incluindo o FMI e o Banco Mundial.
De acordo com um ofício datado de 29 de Março a que a VOA teve acesso, a PGR quer conhecer os movimentos das contas de um grupo de 17 pessoas, no qual se incluem, além de Guebuza, dois dos filhos dele e antigos assessores.
O nome do ministro de Finanças de Guebuza não consta da lista, que inclui o da sua falecida esposa.
A PGR deu aos bancos um prazo de 10 dias para enviarem os extratos bancários dos envolvidos entre 2012 e 31 de Dezembro de 2016.
O Ministério Público pretende saber se pelas contas em causa terá ou não passado parte do dinheiro do endividamento secreto que financiou a empresa pública EMATUM, uma das três envolvidas no caso das “dívidas ocultas”.
Apesar de ser de carácter sigiloso, o ofício da PGR já é do domínio público, tendo chegado por via de uma fuga aos esquemas de segurança.
A nível da sociedade moçambicana, a decisão da PGR está a ter diversas interpretações.
Enquanto alguns entendem que é uma demonstração de que a auditoria vai mesmo trazer resultados palpáveis, outros acreditam que a divulgação do pedido aos bancos é apenas uma estratégia para ludibriar a opinião pública, com aparente trabalho contra os chamados “intocáveis”.
Fonte: Voz da América – 04.04.2017
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