No que analistas dizem ser mais uma consequência do que se está a passar na Tunísia e no Egipto, o Rei Abdullah da Jordânia afastou esta terça-feira todos os membros do seu governo.
Ele nomeou um novo primeiro-ministro, a quem pediu andamento a reformas políticas no país.
As mudanças foram anunciadas após protestos em diversas cidades da Jordânia, no mês passado.
Manifestantes exigiram o direito de eleger o chefe de governo através do voto directo bem como a adopção de medidas contra a pobreza e o desemprego.
O novo primeiro-ministro nomeado pelo Rei Abdullah, Marouf Bakhit, já havia ocupado o cargo entre 2005 e 2007.
Segundo o correspondente da BBC em Aman, Marcus George, o novo chefe do executivo tem agora a difícil tarefa de evitar que a Jordânia atravesse também uma crise política como na Tunísia e no Egipto.
Em comunicado, o monarca indicou que a missão de Bakhit será a de "dar passos práticos, rápidos e tangíveis para lançar reformas políticas legítimas, dar impulso à democracia na Jordânia e garantir uma vida decente e segura a todos os jordanos".
Comunicado
O texto diz ainda que as reformas são "uma necessidade para proporcionar uma vida melhor" à população do país, e que isso só será possível se houver um "aumento da participação popular na tomada de decisões".
Centenas de jordanos protestaram nas últimas semanas nas ruas da capital, Aman, e de outras cidades pedindo a demissão do agora ex-primeiro-ministro Samir Rifai, cujo pedido de afastamento foi aceite pelo rei Abdullah esta terça-feira.
Rifai foi apontado como o responsável pelo aumento nos preços do combustível e dos alimentos.
O movimento da oposição Frente de Acção Islâmica criticou a nomeação de Marouf Bakhit, dizendo que a escolha indica que as reformas pedidas pelo rei não irão ter início, e voltou a apelar à continuação dos protestos.
O grupo salientou contudo que não pretende que o Rei Abdullah abdique do poder.
Entretanto os outros países árabes da região continuam a assistir aos acontecimentos no Egipto com preocupação mas sem reagirem de forma directa.
Na Síria, o presidente Bashar al-Assad comparou o que se está a passar com uma "espécie de doença" à qual os líderes devem prestar mais atenção.
Na Turquia, o primeiro ministro Tayyip Erdogan foi mais longe e apelou ao presidente Mubarak do Egipto, que escutasse as exigências do seu povo:
"Ouça os gritos do povo, as exigências muito humanas que estão aser feitas! Sem hesitação, satisfaça o desejo popular de mudança!"
As palavras do chefe de governo turco que sublinhou ainda ser preferível promover reformas através do diálogo e de meios politicos do que permitir que qualquer pessoa tomasse controlo do poder.
Ele designou essas pessoas como "exploradores, forças obscuras e grupos com cenário negros para o Egipto".
Fonte: BBC para África - 01.02.2011
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