Os militares do Zimbabwe prometeram não deixar Tsvangirai tomar o poder, mesmo que este vença uma eleição democrática, prevista para este ano.
O primeiro-ministro do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, disse que o presidente Robert Mugabe está ciente da resistência que se assiste por parte das forças de segurança do país aos programas de mudanças do Governo de Unidade Nacional (GUN). Segundo o “Zimonline”, com estas declarações, o primeiro-ministro atribui ao chefe de Estado a responsabilidade pelo persistente esforço das forças de segurança em bloquear as reformas democráticas.
Numa das suas avaliações mais directas sobre o governo de coligação (que já conta com dois anos) e sobre os obstáculos que este enfrenta, Tsvangirai disse que Mugabe - que é o comandante supremo das forças armadas e que nomeia os chefes da polícia, dos serviços secretos e dos serviços prisionais do país – estava consciente ou inconscientemente a permitir que uma terceira força assuma ilegalmente o controlo do Zimbabwe. “Elas (as forças de segurança) desafiaram deliberadamente a autoridade civil no país, mesmo aquelas que estão sob o controlo directo do Comandante-em-Chefe”, disse Tsvangirai, citado pelo “zimonline”. “Ou o Comandante-em-Chefe está consciente disto ou agora há uma terceira força, que assumiu o controlo no país sem o mandato do povo”. Os chefes da segurança do Zimbabwe são os apoiantes da linha dura de Mugabe, acreditando-se que os mesmos tenham sido responsáveis pela manutenção deste líder no poder depois da violência pós-eleitoral de 2008, ao tentar forçar o então líder da oposição, Morgan Tsvangirai, a retirar-se da segunda volta das eleições presidenciais.
Mugabe e Tsvangirai acabaram cedendo à pressão dos líderes da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) para formar um GUN, como forma de acabar com o impasse político, após a disputada eleição presidencial. Porém, os chefes da segurança mantiveram-se firmes na sua oposição à liderança de Tsvangirai, recusando-se a reconhecer a sua autoridade. Ainda segundo o “Zimonline”, os chefes das forças de segurança prometeram não deixar Tsvangirai tomar o poder, mesmo que este vença futuras eleições democráticas.
Fonte: O País online - 18.02.2011
Reflectindo: então porquê fingirem de eleições se sabe que a situação será a mesma?
3 comentários:
Eu amo o meu "pai Mugabe", apesar de tudo.
Zicomo
Fazes-me rir, mas quando dizes apesar de tudo compreendo do problema de Mugabe.
Mas há uma coisa a ver aqui. Tsvangirai diz que Mugabe está por trás das accões do exército e justifica que é por ele ser comandante-em-chefe. Politicamente pode ser correcta esta afirmacão, mas analisando cuidadosamente, pode ser que sejam os militares e outros membros seniores da ZANU-FP que estejam por trás da accão de Mugabe.
Hehehehe, Reflectindo.
Zicomo
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