A embaixadora da Suécia em Moçambique, Irina Schoulgin Nyoni, defendeu hoje em Maputo a inclusão das mulheres nas negociações de paz em Moçambique, assinalando que este grupo populacional é a principal vítima das guerras no mundo.
Em declarações aos jornalistas, no final de um encontro com o primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, a quem apresentou cumprimentos de despedida, Nyoni disse que o processo de paz em moçambicano deve ser o mais inclusivo possível.
"A principal mensagem que posso deixar em relação ao processo de paz é que deve haver atenção em relação à inclusão, estou a pensar nas mulheres, que normalmente são as vítimas da violência", declarou a embaixadora da Suécia.
Além de serem as mais afectadas, continuou, as mulheres devem ser protagonistas na formulação de políticas de reconstrução pós-conflito, para verem salvaguardadas o direito à igualdade do género.
Irina Schoulgin Nyoni adiantou que deixa Moçambique num momento em que as relações bilaterais estão num bom patamar e têm sido caracterizadas pela intensificação do apoio sueco ao desenvolvimento do parceiro africano e por um diálogo franco em várias matérias.
"Moçambique e Suécia estão distantes geograficamente, mas próximos como amigos", realçou Nyoni, que termina a sua missão no final do mês em curso.
Sobre a auditoria internacional em curso à dívida pública de Moçambique e que é financiada pela Suécia, a diplomata disse apenas esperar que a mesma "seja bem-feita".
As autoridades moçambicanas encomendaram uma auditoria internacional à dívida pública, cedendo à pressão interna e externa, depois da descoberta em Abril do ano passado de empréstimos escondidos de mais de dois mil milhões de euros e que fizeram disparar a dívida pública do país para mais de 11 mil milhões de euros.
No plano político e militar, o Governo moçambicano e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), observam desde o passado dia 05 mais uma trégua, por 60 dias, após o líder do principal partido de oposição, Afonso Dhlakama, decretar no dia 03 o alargamento da cessação das hostilidades militares, que havia sido decretada pelas partes em finais de Dezembro.
A paz em Moçambique tem estado sob permanente ameaça nos últimos anos, devido a clivagens entre a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, e a Renamo.
Entre 2013 e finais de 2016, o país foi assolado por acções de violência opondo as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e o braço armado da Renamo, no âmbito da contestação do processo eleitoral de 2014 pelo principal partido da oposição.
Fonte: LUSA – 10.03.2017
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