Pessoas desconhecidas mataram na quinta-feira o chefe de Organização da Renamo, no distrito de Tsangano, centro de Moçambique, João Abrão, disse hoje à Lusa o porta-voz do principal partido da oposição, António Muchanga.
Segundo António Muchanga, o chefe de Organização da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) terá sido sequestrado em casa, à noite, na localidade de Mapanje, província de Tete, por pessoas que se faziam transportar numa viatura branca e o seu corpo foi encontrado crivado de balas na serra de Nhodola, a poucos metros da vila de Tsangano.
Apesar de não se conhecerem os autores do homicídio do quadro da Renamo em Tsangano, os assassínios políticos foram uma das marcas durante os confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas e a Renamo, na vaga de violência política que se seguiu depois das eleições gerais de 2014 até às tréguas em vigor desde Dezembro.
No início deste mês, o presidente da Renamo anunciou a prorrogação da trégua - em vigor desde Dezembro - nos confrontos com as FDS por mais 60 dias, manifestando confiança num acordo definitivo.
As negociações têm como pontos de agenda a desmilitarização da Renamo, despartidarização das FDS e a elaboração de uma proposta de lei visando a descentralização das províncias do país.
A paz em Moçambique tem estado sob permanente ameaça nos últimos anos, devido a clivagens entre a Frelimo e a Renamo.
Entre 2013 e finais de 2016, o país foi assolado por acções de violência opondo a FDS e o braço armado da Renamo, no âmbito da contestação do processo eleitoral de 2014 pelo principal partido da oposição.
Fonte: LUSA – 24.03.2017
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