sábado, fevereiro 05, 2011

Guebuza nas celebrações de Gwaza Muthini (2)

Ao contrário do que alguns afirmam, Armando Guebuza, como Presidente da República, celebrou (pela primeira vez) em 2009 o Gwaza Muthini. Eis:

Guebuza evoca Mondlane como mestre da unidade

A DERROTA dos vários grupos guerreiros que nos finais do século XIX e princípios e meados do XX, combatiam a dominação portuguesa em Moçambique não ficou a dever-se exclusivamente à superioridade militar do invasor, mas à nossa falta de unidade em alguns momentos dessa luta. Esta lição de História foi ontem dada aos moçambicanos pelo Chefe do Estado, Armando Guebuza, durante as celebrações da passagem do 114º aniversário da Batalha de Marracuene, que opôs os guerreiros dos chefes locais Nwamatibjana, Mabjaia, Mahazule e Zihlahla às tropas de Portugal, que a todo o custo procurava implantar a sua dominação política, cultural e económica de Moçambique.

Fazendo uma incursão sobre diferentes etapas da resistência dos moçambicanos à dominação estrangeira, o Presidente da República, que participou na vila de Marracuene na festa do “Gwaza Muthini”, estabeleceu um paralelismo entre os feitos dos chefes guerreiros que enfrentaram os portugueses nas suas campanhas de ocupação efectiva um pouco por todo Moçambique e a acção de Eduardo Mondlane. Para Guebuza, foi o fundador e primeiro presidente da FRELIMO que ensinou aos moçambicanos que “unidos, como um povo, venceríamos a dominação estrangeira”.
O Chefe do Estado exortou os moçambicanos a fazerem dos feitos de Mondlane uma lição de vida a aplicar diariamente nas novas batalhas que se impõem ao país, como o combate à pobreza e a outros males com que nos deparamos.
O “Gwaza Muthini” é a festa popular que assinala o aniversário da Batalha de Marracuene, ocorrida naquela região a 2 de Fevereiro de 1895. Ontem, a vila-sede daquele distrito de Maputo voltou a conhecer um movimento desusado de gente, maioritariamente ida da capital do país, que queria aliar a homenagem aos heróis da luta pela integridade do território nacional ao entretenimento. Como factor de atracção para esta romaria a Marracuene esteve o Festival de Marrabenta (cuja abertura ocorreu sexta-feira em Maputo), que fez actuar na vila artistas como Alberto Mutcheca, Dilon Ndjindji, Wazimbo e outros que se dedicam ao ritmo.
Hoje, 3 de Fevereiro, o país assinala a passagem do 40º aniversário da morte daquele que será eternamente reconhecido como o arquitecto da unidade da nossa pátria. Na terra natal de Mondlane, Nwadjahane, no distrito de Mandlakaze, Gaza, terão lugar várias manifestações de carácter cultural, recreativo e educativo, tudo para recordar o percurso de um homem que deu a vida à causa que os moçambicanos perseguiam na sua época e só alcançariam em 1975: a independência nacional. Espera-se que se façam presentes nas comemorações cerca de 40 mil pessoas idas de todos os pontos do país, entre elas cerca de 300 jovens que já se encontram naquela aldeia desde sexta-feira para um acampamento.
O 3 de Fevereiro é o dia consagrado aos heróis nacionais. Num ano especialmente dedicado a Eduardo Mondlane, as atenções estão viradas para esta figura. Como forma de prestar a sua homenagem, cerca de 200 artistas de canto e dança, teatro e poesia participaram ontem no Cine-África, na capital do país, numa produção da Companhia Nacional de Canto e Dança, num espectáculo que descreve a trajectória de Mondlane até à sua morte. Assistiram a esta realização o Presidente Armando Guebuza e vários outros dignitários nacionais e estrangeiros.
A mesma produção será apresentada hoje, no mesmo local, naquilo que constitui um dos principais momentos de evocação da heroicidade de Mondlane e muitos outros companheiros seus que contribuíram para que Moçambique fosse hoje um país livre.

Fonte: Jornal Notícias - 03.02.2009

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