Os moçambicanos não apoiam muito a democracia no país, apesar das melhorias, indica um inquérito de opinião pública sobre Qualidade da Democracia e Governação em Moçambique.
O estudo foi realizado pelo Afrobarómetro, rede pan-africana de pesquisadores e de analistas de inquéritos de opinião que no país é coordenada pelo Centro de Pesquisadores sobre Governação e Desenvolvimento (CPGD). Mas há uma justificação para esta conclusão.
«O baixo nível de comprometimento democrático dos cidadãos em Moçambique deve-se, em parte, provavelmente, ao baixo nível do comprometimento das elites políticas pela democratização do país», disse Carlos Shenga, do Afrobarómetro Moçambique.
O responsável deu como exemplo o facto de não ser o presidente, chefe do governo, a prestar contas ao parlamento, conforme dita a Constituição, mas sim o primeiro-ministro, assistente do chefe do governo.
Ainda assim, Shenga sublinha que o facto de a Comissão Nacional de Eleições e do Conselho Constitucional ter membros dos partidos com base na sua representação parlamentar reduz a imparcialidade dos órgãos.
Os resultados agora divulgados foram recolhidos em 2012, num inquérito feito a 2.400 moçambicanos, entrevistados em cinco línguas, incluindo o português.
Segundo o relatório, apenas 35 por cento dos inquiridos disse estar satisfeito ou muito satisfeito com a democracia no país.
Entre 2005 e 2012, baixou o número de pessoas que acredita que Moçambique vive em democracia plena, de 35 para 23 por cento, tendo aumentado de 13 para 23 por cento a percentagem de inquiridos que pensam que o país vive numa democracia com problemas.
A percepção das liberdades de expressão e de filiação numa organização política também baixou, enquanto a liberdade de votar sem a pessoa sentir pressão está acima dos 50 por cento.
Ainda assim, os inquiridos acham que Moçambique já esteve pior do que está hoje, na altura em que havia apenas um partido político.
Fonte: Abola.pt - 09.07.2013
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