O Presidente do Egipto Mohamed Morsi, o primeiro democraticamente eleito desde a queda de Hosni Mubarak, foi esta quarta-feira deposto pelas forças armadas. Um novo Governo interino será liderado por Mohamed ElBaradei.
Segundo as agências internacionais, o exército egípcio informou o líder islamista cerca das 17h locais de que já não era chefe de Estado. O rápido golpe militar ocorreu depois de um ultimato para Morsi encontrar uma solução para a crise política e institucional no Cairo ter expirado.
Mais tarde, as forças armadas anunciaram que a constituição egípcia está agora suspensa. Um Governo interino liderado pelo moderado Mohamed ElBaradei está agora encarregue de conduzir o país a novas eleições presidenciais e legislativas.
Apesar da enorme tensão sentida nas ruas da capital egípcia e das maiores cidades do país, não há até ao momento qualquer informação de vítimas. Contudo, milhares de apoiantes da Irmandade Muçulmana encontram-se entrincheirados em pontos estratégicos.
Horas antes da queda, Morsi declarara-se disponível para formar um novo Governo de coligação e um comité independente para uma nova reforma constitucional, apelando ainda aos egípcios para resistirem ao golpe militar através de métodos não-violentos.
Os últimos acontecimentos seguem-se a uma degradação do clima político egípcio, com o Governo de Morsi, a assinalar um ano no poder, a ser acusado de forçar uma agenda extremista e de recusar qualquer diálogo com a oposição e a sociedade civil. Na semana passada, o Presidente admitiu erros na governação mas responsabilizou os «inimigos do Egipto» pela instabilidade política e a crise económica no país.
Dias mais tarde, na segunda-feira, as forças armadas emitiram um ultimato de 48 horas para Morsi encontrar uma solução de consenso com a oposição. Apesar da demissão de vários ministros, o Presidente islamista respondeu reiterando a sua legitimidade democrática e recusando qualquer cenário de demissão. Mas a queda do líder conservador eleito há um ano, muito criticado pelos sectores seculares e pelos aliados ocidentais, parece consumada.
Nas ruas do Cairo, o ambiente oscila entre as celebrações de uma multidão anti-Morsi e a ira dos apoiantes do Presidente. Pelo menos 16 pessoas morreram em confrontos na noite de terça para quarta-feira e vários países encerraram as suas representações diplomáticas por motivos de segurança.
Fonte: Sol in Notícias Sapo - 04.07.2013
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