Ministro das Finanças diz que não vem a Washington discutir dívidas com credores
O Governo moçambicano tenta encontrar soluções para a reestruturação da dívida junto dos bancos credores, o VTB e o Credit Suisse, e no encontro e Março em Londres, terá proposto um perdão de 50 por cento nos juros passados e nas penalizações, caso existam, além de alterações às taxas de juro e à maturidade da emissão da dívida, cujo prazo foi, entretanto alargado para 2023.
Alguns analistas dizem ser possível que nos Encontros da Primavera do FMI, previstos para dentro de dias em Washington, os credores internacionais aceitem as propostas do Governo de Moçambique sobre a reestruturação da dívida pública, mas consideram que as mesmas não servem os objectivos do país.
Entretanto, o ministro das Finanças disse nesta quinta-feira, 12, que a sua deslocação a Washington destina-se à participação nos encontros com o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) e não a reunir-se com credores.
"Estes encontros irão discutir questões de finanças internacionais, o comércio internacional e as perspetivas da economia global, estes encontros não discutem questões de dívida", declarou Adriano Maleiane.
O governante, no entanto, admite a possibilidade de haver um encontro com os credores das dívidas ocultas, à margem dos encontros com o BM e o FMI.
Por outro lado, fontes conhecedoras deste "dossier" disseram à VOA ser possível que nos encontros da capital americana, "as negociações sejam feitas em boa-fé para se encontrar uma solução equitativa".
Para o economista João Mosca, é fundamental uma solução com o Fundo Monetário Internacional, para o restabelecimento da cooperação com os outros credores.
Representantes da sociedade civil moçambicana, em debates sobre a questão do elevado endividamento do país, têm lamentado a falta de transparência da parte do Executivo moçambicano relativamente à reestruturação da dívida.
Entretanto, o economista Roberto Tibana lamenta que a solução seja a de hipotecar os recursos naturais de Moçambique.
Para ele, o Governo devia tomar uma posição mais robusta, que passa por resolver o problema interno.
Fonte: Voz da América – 12.04.2018
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