A vitória da RENAMO nas Intercalares de Nampula e a perspectiva de um reviralho político em Moçambique nas Eleições Gerais de 2019. Artigo e análise do Politólogo e Arabista da VOA, Raúl M. Braga Pires.
A notícia que marcou o mês de Março em Moçambique, foi a vitória do candidato da RENAMO, Paulo Vahanle, nas Eleições Intercalares para o Município de Nampula, tendo sido eleito Edil local com 58,53% dos votos, contra os 41,46% obtidos por Amisse Cololo António, candidato da FRELIMO.
Que consequências tirar deste processo eleitoral, que foi intercalar, em consequência do assassinato do Edil anterior, Mahamudo Amurane, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), uma 3ª via surgida no país em 2009, em alternativa à dicotomia FRELIMO/RENAMO, que sempre pautou o Moçambique independente?
Em primeiro lugar, situar no tempo o facto de Vahanle tomar posse em Abril e apenas poder governar Nampula cidade até Outubro deste ano, mês de Eleições Autárquicas, num Moçambique de novo envolto num Processo de Guerra e Pazdesde 2014/15, ou seja, praticamente desde a eleição do actual Presidente Filipe Nyusi e, que terá também Eleições Gerais (Legislativas, Presidenciais e Provinciais) em 2019.
Ora a parte do Processo de Paz que tem pautado as negociações entre o Presidente Nyusi (FRELIMO) e o Presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, prende-se precisamente com a partilha do “bolo governativo”, que a FRELIMO tem permanentemente açambarcado desde a independência, apesar de a maioria das províncias Centro e Norte do país, darem maioria à RENAMO. Esta questão parece estar resolvida, através de um processo de Revisão Constitucional que abrirá o caminho para uma descentralização que permitirá que o Partido mais votado na Assembleia Provincial, apresente o seu candidato a Governador da respectiva Província e assuma, de facto, o Poder. Parece justo. Ler maisLer mais (Voz da América - 04.04.2018)
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