O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) confirma que houve cidadãos que se recensearam fora dos seus “territórios autárquicos”, mas não associa tal situação a questões políticas nem a uma possível artimanha para determinado partido obter vantagem nas próximas eleições autárquicas, a realizarem-se a 10 de Outubro.
Na semana passada, a Renamo acusou a FRELIMO de estar a recrutar gente, em particular professores e enfermeiros, para recensear fora dos seus locais de residência alegadamente com o objectivo de votar nas eleições que se avizinham.
Na ocasião o maior partido da oposição reportou igualmente a existência de determinados chefes de localidades que foram instruídos para se apossarem dos cartões de eleitores com vista a, posteriormente, o STAE substituí-los “por eleitores fantasmas”, disse André Magibire, mandatário nacional do partido liderado por Afonso Dhlakama.
Reagindo a este assunto, Cláudio Langa, porta-voz do STAE, explicou que os motivos que levam determinados indivíduos a recensear fora da sua área de jurisdição “podem não ser políticos”, mas sim, resultarem do facto de “o cartão de eleitor servir como documento de identificação aceite em muitas instituição”.
Segundo ele, a facilidade e rapidez com que se obtém o cartão de eleitor pode estar por detrás do facto em alusão, que já está a ser corrigido. O cidadão pondera entre suportar uma fila na Direcção Nacional de Identificação Civil (DIC) e outra no posto de recenseamento.
Sobre a mesma questão, o Presidente da República, Filipe Nyusi, disse, a partir da província de Gaza, que tomou conhecimento de que há pessoas que se deslocam de uma zona para se inscreverem noutra, o que “é crime”. Ele apelou aos gestores de processos eleitorais a serem vigilantes.
O recenseamento eleitoral decorre desde 19 de Março passado e termina a 17 de Maio próximo.
Até o dia 01 de Abril em curso tinha sido inscrito um milhão e quatrocentos mil eleitores (1.400.000), o que corresponde a 18% dos oito milhões e quinhentos mil potenciais eleitores (8.500.000) previstos.
Cláudio Langa repudiou o facto de alguns postos de recenseamento funcionarem com apenas um brigadista e não três conforme a lei. “Estamos a tomar medidas administrativas (...)”.
Ademais, certos membros da Polícia da República de Moçambique (PRM) foram surpreendidos a controlarem o processo embriagados.
O STAE vai, a partir de 08 de Abril, supervisionar o recenseamento eleitoral com vista a avaliar o funcionamento das 2.377 brigadas.
Fonte: @Verdade – 04.04.2018
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