1. Ossufo
Momade pode Presidente a curto prazo porque isso é bom. O contrário, não é bom
quando a ideia é ser Presidente de toda a vida do partido? Os presidentes
passam e os partidos ficam – é que devia ser o lema.
2. Na
verdade, sempre foi meu ponto de vista que mesmo Afonso Dhlakama, uma vez
chegado a Presidente da República só governaria por um mandato ou dois e depois
entregaria tudo à nova geração. Neste momento quem deve estar ali é quem
conhece o dossiê militar e político. Ao contrário de alguns, eu acho (posso
estar errado) que Ossufo Momade é político-militar.
3. Mesmo
na guerrilha os comandantes são também políticos. É por isso que nos comandos
há comissários políticos. Momade foi comandante de zonas vastas durante a
guerra. Sob seu comando abriu com sucessos algumas frentes. Lendo alguns livros
em passagens onde ele se refere percebe-se que também era um político.
4. A mim,
parece que a sua calma foi uma estratégia da Renamo e desenhada por até o
próprio Dhlakama para evitar aquilo que se deu com Raul Domingos.
5. O que
sucedeu a Raul Domingos foi o resultado do nosso barulho cá fora, este barulho que
sempre desvaloriza quem está no leme e um trabalho em equipa e falamos dos
outros membros como melhores para liderar o partido ou para se tornarem Presidentes
da República. Isso geralmente põe em clivagen entre apoiantes do líder aos que
se propõem liderar o partido independentemente se os que soam no barulho têm
essas ambições.
6. Esse
barulho teve impacto no Daviz Simango na sua passagem na Renamo. Recordo -me
que era dele que mais se falava a partir de 2005 ou 2006 como quem devia ser
Presidente da Renamo. Isso em si criou problemas na Renamo e Daviz foi
preterido à recandidatura para edil da Beira.
7. O
mesmo barulho criou problemas no MDM com os nomes de Manuel de Araújo e
Venâncio Mondlane e o resultado foi o que assistimos.
8. O
barulho já recomeçou na Renamo com a eleição de Ossufo Momade? Ora o facto de
Momade ter os quadros que se mencionam aqui, é sinal de que a Renamo sai forte.
Nota: O
barulho de fora sobre preferência da liderança de um partido cria clivagens, bajulação
(para provar-se que se está com o líder), medo de expressão e debate fraco e
até certo ponto uma vassalagem.
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