O antigo Primeiro-Ministro da República de Cabo Verde, José Maria Neves, recomenda o exercício da boa governação, através da solidificação das instituições do Estado, para o rápido crescimento sócio-económico dos países africanos.
O ex-governante cabo-verdiano considera que uma governação bem estruturada e que permita o debate livre de ideias e o reforço da cidadania “tem ainda mais valor do que os ricos recursos naturais de que o continente africano dispõe”.
Maria Neves falava esta sexta-feira, no último dia do Fórum Económico e Social de Moçambique, MOZEFO 2017, no painel subordinado ao tema “As Instituições Públicas como Pilares de Desenvolvimento”, e dividiu as organizações estatais em dois grupos.
“Existem instituições económicas extractivas. Estas fracassam a economia e explicam a estagnação da pobreza no continente. É preciso torná-las inclusivas, para que se tornem factores de crescimento”, referiu.
O antigo dirigente apontou o exemplo de Cabo-Verde para elucidar que é possível promover o desenvolvimento de um país, tendo como único recurso o capital humano.
“Apostamos no desenvolvimento das instituições e hoje somos um país de rendimento médio, mas os únicos recursos minerais existentes no arquipélago são o sol, o mar e o vento”, jubilou.
José Maria Neves referiu, igualmente, que uma governação sólida é a base para o alcance dos objectivos de desenvolvimento do milénio.
“Em 42 anos erradicamos o analfabetismo, e 100% das mulheres grávidas no país têm partos institucionais. Cabo-Verde deixou de ser um país encurvado, para ser um país sólido”, realçou. (António Monjane)
Fonte: Notícias Sapo – 24.11.2017
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