terça-feira, julho 29, 2014

Acordo para fim da crise depende de garantias de segurança - líder Renamo

O líder da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, disse na segunda-feira que o acordo com o Governo para a cessação das hostilidades e a saída do seu esconderijo estão dependentes de garantias de segurança.
"Logo que for assinado o acordo, significa que os confrontos já acabaram. O acordo também reconhece as garantias de que nenhum dos lados irá provocar o outro depois do acordo. Por isso, este acordo é muito importante, é garantia de que já podemos ter segurança", afirmou Afonso Dhlakama, numa teleconferência com simpatizantes da Renamo, na província de Tete, centro do país, citado hoje pelo jornal O País.
"Vamos supor que eu poderei sair hoje, tenho a minha segurança também, posso sair, passar por Vila Paiva, os da Frelimo, enervam-se, disparam, os meus homens reagem e depois morre gente. É isso que queremos evitar", sublinhou Dhlakama.
O líder da Renamo declarou na ocasião que vai sair do esconderijo onde se encontra desde Outubro do ano passado, logo que o movimento assinar com o Governo o acordo de cessação das hostilidades.
"Se o acordo for dentro desta semana, se calhar, na outra semana poderei começar a andar na estrada ou poderei começar a trabalhar", afirmou.
Dhlakama está refugiado num lugar incerto algures na Serra da Gorongosa, centro do país, depois de o seu acampamento na região ter sido tomado em outubro pelo exército, no contexto da crise política e militar entre o Governo e a Renamo.
As duas partes anunciaram na segunda-feira ter chegado a consenso em relação ao documento base contendo os pontos essenciais para o fim da violência militar no país, faltando apenas um entendimento em relação a garantias de não retorno à violência, após a cessação das hostilidades.
O braço armado da Renamo e as forças de defesa e segurança moçambicanas têm-se envolvido em confrontos desde abril do ano passado, inicialmente provocados por diferendos em torno da lei eleitoral e depois devido a um impasse em relação ao desarmamento do principal partido da oposição.

Fonte: LUSA – 29.07.2014

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