Uma organização de defesa da liberdade de imprensa denunciou hoje um alegado apoio de jornalistas a um candidato às eleições autárquicas intercalares em Nampula, norte de Moçambique.
"O Instituto de Comunicação Social da África Austral em Moçambique (Misa-Moçambique) entende que os jornalistas não podem apoiar nenhuma candidatura ou partido político", refere-se num comunicado da instituição.
Em causa, está um encontro que Amisse Cololo, candidato da Frelimo à presidência do município, manteve na quarta-feira com várias figuras em Nampula, entre as quais jornalistas, que, segundo o Misa-Moçambique, manifestaram o seu apoio ao cabeça de lista.
Para o Misa-Moçambique, esta posição viola o Código de Conduta de Cobertura Eleitoral, um documento produzido na África do Sul em 2012 e que foi assinado por vários órgãos de informação moçambicanos.
A organização lembra ainda que em 2009 assinou um memorando com o Sindicato Nacional de Jornalistas que contemplava oito valores na actuação da imprensa em Moçambique, entre os quais a independência e imparcialidade.
O Misa-Moçambique distancia-se da posição dos jornalistas que assumiram o apoio à candidatura da Frelimo e informa que esta posição não representa nem vincula os jornalistas moçambicanos", concluiu a instituição.
Contactado pela Lusa, o porta-voz da Frelimo, Caifadine Manasse, referiu que o candidato não pretendia influenciar os jornalistas que estavam no encontro no exercício das suas actividades.
"O candidato da Frelimo apenas pediu o apoio, tendo em conta o facto de que eles também vão votar nas eleições. Também defendemos a liberdade de imprensa e os princípios de independência e imparcialidade no exercício da actividade", afirmou o porta-voz do partido no poder em Moçambique desde a independência.
Fonte: otícias Sapo – 18.01.2018
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