A “Sala da Paz”, uma plataforma de observação eleitoral composta por cerca de 10 organizações da sociedade civil, considera que a campanha eleitoral está a decorrer de uma forma ordeira e sublinha a convivência pacífica entre os membros e simpatizantes dos partidos políticos concorrentes.
A plataforma destaca ainda a presença de agentes da PRM nas caravanas dos concorrentes, mas faz notar que o PAHUMO, partido que suporta a candidatura de Filomena Mutoropa, a reclamou falta de Polícia.
“Verificou-se também que tem havido o cumprimento do horário para a campanha estabelecido por lei. Houve um grande esforço para se manter o equilíbrio na cobertura da campanha na maior parte dos órgãos de comunicação social”, refere a “Sala da Paz”, num comunicado enviado ao jornal O País. Ainda na avaliação do desempenho dos media, a plataforma escreve que constatou aquilo a que chama de “um certo desequilíbrio” nos órgãos do sector público, mas não desenvolve a alegação.
A avaliação, que reporta constatações feitas de 10 a 15 de Janeiro, fala também da vandalização de panfletos e afixação de material de propaganda em locais proibidos por lei. Se apresentar provas, a plataforma acusa o partido Frelimo de usar viaturas do Estado na campanha.
“Houve intimidação aos jornalistas e gestores da Rádio Encontro, uso de menores nas actividades de campanha, não utilização dos espaços de antena pelos candidatos (Renamo e AMUSI), ausência dos manifestos eleitorais em todos candidatos e promessas irrealizáveis em tão curto espaço de tempo”, acusa a plataforma “Sala da Paz”.
Durante o período em referência, a plataforma de observação eleitoral reporta dois incidentes, designadamente o assassinato de um membro do MDM e confrontações verbais entre simpatizantes dos partidos Renamo, MDM e AMUSI. O comunicado não mostra, porém, a ligação que possa existir entre o assassinato do membro do MDM e a campanha eleitoral, muito menos se a vítima foi assassinada necessariamente por ser membro daquele partido.
A plataforma apela os partidos políticos a continuarem a sensibilizar os seus membros e simpatizantes contra a vandalização de panfletos e injúria; aos órgãos de comunicação social do sector público a pautarem pela cobertura isenta e imparcial.
Aos órgãos eleitorais, a sociedade civil exige o esclarecimento dos constrangimentos relacionados com os cadernos eleitorais e desorganização na formação dos membros das mesas de voto. “Foram verificados sérios problemas na actualização dos cadernos eleitorais; desorganização do processo da formação dos membros das mesas de voto e fraca abrangência dos educadores cívicos, sobretudo nas zonas suburbanas”.
Fonte: O País – 18.01.2018
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