Estão detidos, desde o início desta semana, nas celas da 1ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM), da cidade de Quelimane, 20 menores de rua acusados de assaltos e agressões físicas, na via pública, a outros petizes e mulheres.
O porta-voz adjunto do Comando Provincial da PRM, na Zambézia, Estêvão Norte, disse há dias à nossa Reportagem que os petizes agora sob custódia policial actuavam nas avenidas Paulo Samuel Kankomba e Eduardo Mondlane, tendo como principais vítimas os alunos das escolas primárias completas São Carlos Luwanga e de Quelimane.
Os menores em causa semeavam terror e os alunos das duas escolas situadas no centro da cidade andavam cheios de medo de serem agredidos e perder os seus bens como material escolar, telemóveis e lanches. Tudo isso acontecia sob o olhar de adultos e perante a complacência das autoridades policiais que, apesar de mandarem os seus membros para patrulhar a via pública ignoravam esses assaltos.
A corporação diz que os assaltos protagonizados pelos meninos de rua não são um fenómeno novo na cidade de Quelimane. Os petizes, organizados em grupos, segundo ainda a nossa fonte, atacam os estudantes quando regressam da escola, roubando-lhes as pastas escolares, lanches e telemóveis, com recurso a objectos contundentes e cortantes, nomeadamente ferros e lâminas de barbear.
Marlene Silvestre é uma das alunas que foi vítima de assalto dos meninos de rua, por isso, enquanto o seu pai não chegar à escola para lhe buscar, não arrisca em ir sozinha à casa. A nossa entrevistada disse que há dias um dos menores assaltantes invadiu o recinto da escola e os alunos revoltosos agrediram-no, com muita violência, em jeito de retaliação.
O porta-voz adjunto do Comando Provincial da PRM, na Zambézia, Estêvão Norte, disse ao nosso Jornal que, na última semana um outro grupo de menores assaltantes foi neutralizado e, no dia seguinte posto em liberdade depois de investigações feitas pelas autoridades policiais.
As vítimas das investidas dos menores da rua são, normalmente, crianças não acompanhadas por um adulto. O produto do roubo é vendido na rua, sendo o Mercado Central e Avenida 1 de Julho os principais locais.
Entretanto, a Direcção Provincial da Mulher e Acção Social confirmou a ocorrência de assaltos, cujos protagonistas são menores que, mesmo à luz do dia, não hesitam em atacar as suas vítimas. Moisés Caetano, do Centro de Apoio à Velhice, afirma que em alguns casos estas crianças investem contra propriedades, nomeadamente viaturas para retirar aparelhos reprodutores, telemóveis e outros bens para revender.
Os meninos de rua concentram-se em frente da Casa Provincial da Cultura, Cine Águia, Piscina Municipal, Hotel Chuabo e Avenida 1 de Julho. Há vários cidadãos cujas viaturas e bens foram vandalizados ou roubados por esses meninos, tendo apresentado queixa à Polícia, no entanto, a situação não altera. (Jocas Achar)
Fonte: Jornal Notícias – 02.04.2013
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