A vida está a voltar ao normal no posto administrativo de Muxúngué, na província central de Sofala, depois dos últimos acontecimentos ocorridos na semana passada e que culminaram com a morte de pelo menos oito pessoas, asseverou hoje em Maputo o chefe das operações do Comando Geral da Polícia moçambicana (PRM), António Pelembe.
Infelizmente, explicou Pelembe, ainda paira o clima de medo no seio das populações, razão pela qual receiam regressar definitivamente para as suas residências, por temerem a eclosão de novos surtos de violência.
“As pessoas estão a voltar as suas residências, mas com algum receio,” referiu Pelembe.
Falando durante o habitual briefing à imprensa, Pelembe revelou que dos quatro membros que perderam a vida durante o confronto com o maior partido da oposição, Renamo, apenas um é membro da Força de Intervenção Rápida (FIR) e os remanescentes são agentes da PRM.
Estas declarações contrariam as informações veiculadas pelas autoridades moçambicanas e reproduzidas pela imprensa, afirmando que todas as vítimas mortais do confronto armado com os membros da Renamo eram agentes da FIR.
Nos últimos tempos, o discurso belicista da Renamo subiu de tom, sendo uma das tónicas a inviabilização da realização de eleições no país, uma vez que este partido diz não concordar com a lei eleitoral aprovada ano passado pelo parlamento.
Paralelamente, a Renamo tem estado a movimentar centenas de seus simpatizantes para diversos pontos do país, de onde se supõe pretendem orquestrar os seus planos de inviabilização do processo eleitoral, incluindo a sua fase de preparação que deverá arrancar nos próximos dias.
Por considerar que os homens armados da Renamo espalhados em alguns pontos do país constituem uma ameaça a ordem pública, a Polícia tratou de dispersar na semana passada os homens que se encontram na sede desta formação polícia em Gondola, província central de Manica, e em Muxúnguè.
Em retaliação, homens armados da Renamo atacaram na madrugada de quinta-feira o Posto da Polícia em Muxúngué, numa acção que resultou na morte de quatro agentes da Polícia afectos a unidade da Força de Intervenção Rápida (FIR), um ex-guerrilheiro da Renamo, e mais de 10 feridos.
“Todo cidadão está livre se reunir, a Constituição da República admite isso, mas ela não permite que cidadãos se reúnam para fins militares. Perante a situação a polícia agiu com todos recursos que tinha,” vincou Pelembe.
Na sequência da ofensiva de Múxunguè, outros ataques emergiram, tendo sido, no sábado, alvejadas três viaturas ao longo da Estrada Nacional Número Um (EN1), que resultou na morte de três pessoas.
Pelembe explica que em resposta a PRM reforçou seu efectivo e material bélico de modo a garantir a segurança na estrada.
(AIM)
HT/SG
Fonte: AIM - 10.04.2013
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