POR: AMADE CAMAL “IN” CANAL DE MOÇAMBIQUE, ED. 197
ESTE GOVERNO DA FRELIMO QUE AJUDEI A ELEGER TORNOU-SE CANIBAL, COMENDO OS SEUS PROPRIOS FILHOS...
Quando os governos limitam as liberdades fundamentais dos cidadãos, dão um sinal de descontrolo e desespero, como foi o caso do regime colonial português e, só para citar os últimos de 2012, as ditaduras do Iraque, Tunísia, Egipto, Yemen.
Todos os regimes ditatoriais tiveram as segundas repúblicas ou segundas revoluções desde a Europa, USA, América do Sul, Euro-Ásia, África, e Médio Oriente.
Em Portugal houve a segunda república (Estado Novo) e a primeira revolução (25 de Abril). Na maioria dos países africanos houve segundas revoluções pós independência (Argélia, Tunísia, Sudão, Gana, Uganda, Quénia, Nigéria, Senegal, Ex-Zaire, Costa do Marfim, Mali, etc.). Muitas dessas mudanças radicais foram aproveitadas por ex-colonizadores ou nações dominantes para potenciar as suas influências. Contudo todas elas (segundas repúblicas ou revoluções) tiveram origens endógenas, baseadas em descontentamento causado por abuso de poder de governos fragilizados, que necessitaram de “força” para intimidar ou se “comunicarem” com os cidadãos.
Aos Camaradas e dirigentes do Partido Frelimo…
O poder é uma percepção que uns têm sobre alguém… Quando esses pensarem que aquele já não é poderoso, não importa quanto armado e pesada for a sua força repressiva, o poder esvazia-se.
O nosso Governo da FRELIMO ao limitar, perseguir, e punir cidadãos por requererem ou até exigirem direitos fundamentais é uma antítese da revolução que a Frelimo e Mondlane, Machel, Chissano e Armando Guebuza protagonizaram; A manipulação dos órgãos do poder – particularmente a Justiça – e da liberdade de expressão; a proibição de manifestação com repressão e perseguição; o abocanhamento do património do Estado; a utilização das forças de Defesa e Segurança para intimidar, reprimir e encarcerar cidadãos no lugar de os proteger; a utilização de “mafias” para destabilizar a paz social e económica, faz recordar regimes feitos desaparecer pela revolta popular.
Para aqueles que pensam que os que exigem são “reaccionários” devo-lhes recordar que estes direitos fundamentais estão na Carta Universal dos Direitos Humanos, estão na Constituição da República de Moçambique, e finalmente estão nos princípios ideológicos e filosóficos da FRELIMO, bem como nos seus estatutos.
Se alguém está errado, não somos nós. Este governo da FRELIMO que ajudei a eleger tornou-secanibal, comendo os seus próprios filhos. Mas esta educação foi-nos dada pelos líderes da FRELIMO. Será que estava errada? Onde estão os nossos libertadores? Os nossos independentistas? Os revolucionários? Será que foi um sonho?
Todas as vítimas da “mafia”, da (in)justiça, da máquina repressiva, da limitação dos direitos fundamentais, da falta de ética e pudor no trato da coisa pública, do empobrecimento, etc… etc…começam a ser demasiadas para ignorarmos. Nós, moçambicanos, temos que dizer basta!!!!
O barulho do silêncio é audível. A luta continua!
Fonte: Diálogo sobre Mocambique - 25.04.2013
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