Grupo de 66 pessoas tem vistos emitidos pelo Alto-Comissariado moçambicano na Suazilândia.
Sessenta e seis cidadãos originários do Bangladesh, entre os quais uma criança de seis anos, desembarcaram no último sábado, de forma clandestina, na cidade portuária de Nacala, tendo sido detidos pelas autoridades policiais locais, depois de denúncias populares que deram conta da presença de um navio cuja nacionalidade se desconhecia.
Os cidadãos em causa, embora tenham vistos para entrar no território nacional emitidos pelo Alto-Comissariado moçambicano na Suazilândia, não usaram as vias legais, optando pelo desembarque clandestino em Nacala.
Para além disso, segundo apurou a Polícia, o grupo não efectuou nenhuma escala na Suazilândia depois que saiu do Bangladesh de navio rumo a Madagáscar, onde permaneceu cerca de quatro meses antes de partir para Nacala-Porto.
Daniel Sitoe, administrador marírimo em Nacala-Porto, conta que a detenção do grupo foi possível graças a denúncias das autoridades tradicionais de Quissimanulo, que alertaram os órgãos competentes sobre a presença de pessoas estranhas desembarcadas de um navio.
O desembarque do grupo ocorreu, segundo a fonte, na tarde do último sábado, e a sua evacuação de Quissimanulo para Nacala-Porto estava prevista para as 19 horas do mesmo dia. O grupo contava com o apoio de alguns agentes económicos de origem asiática residentes naquela cidade, que se presume façam parte de uma rede internacional de imigração ilegal.
Daniel Sitoe explicou que alguns bengaleses interrogados pela Polícia confessaram ter havido contactos com agentes económicos baseados em Nacala-Porto que visavam a sua vinda a Moçambique, particularmente a Nacala, onde tinham assegurados postos de trabalho em algumas unidades industriais e comerciais locais.
Outros dizem que vêm a Moçambique para investir na indústria e comércio porque os seus concidadãos residentes em Nacala-Porto há vários anos asseguraram que existe um bom ambiente para desenvolver vários negócios e prosperar em curto espaço de tempo, referiu ainda Sitoe, citando aqueles cidadãos que, segundo ele eram portadores de computadores portáteis, telefones celulares, máquinas fotográficas digitais e de filmar de boa qualidade.
A Polícia deteve também um cidadão nacional proprietário da carrinha de caixa aberta que seria usada para o transporte do grupo bengalês da zona de Quissimanulo para a cidade de Nacala. A PRM acredita que este indivíduo, cuja identidade não foi possível apurar, é uma peça-chave nas investigações iniciadas ainda ontem para se esclarecer o eventual envolvimento de mais pessoas nesta suposta rede de imigração ilegal.
De referir que Nacala tem sido, nos últimos tempos, uma cidade preferida por imigrantes ilegais que gozam de facilidades para entrar no território nacional devido á falta de fiscalização permanente no mar.
Fonte: NOTÍCIAS - 10.04.2006
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